sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sempre fui chorona, mas ultimamente tenho chorado ainda mais (será que demais?). Tenho chorado por tudo ou por quase tudo. Diz a lenda que tudo começou quando nasci e chorei. Talvez tudo tenha começado até antes, porque minha mãe também sempre chorou demais. Já lembro de ter chorado no meu aniversário de 5 anos. Prendi os dedos numa balança assassina que tínhamos no quintal. Talvez já tenha sido a idade começando a pesar. Chorei no meu último aniversário porque quase ninguém lembrou. Também chorei porque algumas pessoas muito especiais estavam comigo. Chorei pela morte de Macabéa. Choro por ter sempre o colo da amiga para chorar quando preciso.



Choro vendo os olhos da avó que talvez (levemente hipoteticamente remotamente...apenas talvez) não viva mais outros 90 anos. Choro quando vejo os olhos esverdeados e cansados do meu pai. Choro porque sei que minha mãe chora em segredo...seus olhos me dizem. Choro ainda (muito) pela amiga que partiu cedo demais. Choro quando percebo que quem, ontém mesmo, era uma imagem pouco nítida numa ultrassonografia em preto e branco, hoje já tem até número de celular e nem sempre (ou quase nunca) tem as mesmas opiniões que eu. Choro pelo filho que quase tive. Choro quando me assombra a imagem da irmã atravessando os portões de ferro. Choro ao lembrar da imagem da vó escolhendo feijão no avental. Do boné do avô. Choro de saudade do tio.



Choro nos depoimentos do final da novela. Em "Lar Doce Lar", "Extreme Makeover", "Troca de Famílias"..."Rei Leão"...propaganda do "Gelol" - "não basta ser pai, tem que participar".  Nas retrospectivas de final de ano. Chorei também (um milhão de vezes) no final de "Cinema Paradiso. Chorei em "Últimos passos de um homem", mais recentemente em "Duquesa". Também chorei com "Encantada". "Óleo de Lorenzo" e "Campeão". Chorei (eu e todo mundo) na retrospectiva da Madrinha e da Bebel. Com o "Curioso Caso de Benjamin Button".



Nos últimos dias tenho chorado "histéricamente" com qualquer imagem do Haiti (e ainda nem consegui descobrir a língua que se fala lá). Também por Angra dos Reis, Cunha, São Luis do Paraitinga, Jardim Pantanal. Chorei ao saber da doença da Hebe. Choro a morte de Zilda Arns sem nem conhecer direito sua obra. Chorei a morte de Airton Senna sem nunca ter visto uma corrida de fórmula Um. Choro no Hino Nacional. Choro ainda mais se for cantado pela Fafá. Choro ouvindo Zé cantando "Me leva" e Ricardo cantando "Taxista". Chorei quando vi Isabela dançar a valsa.



Choro quando penso nos momento que vivi no Brennand e no pôr-do-sol da Paraíba ao som de Ravel. Pensando nas águas lavando as ruas de Parati, na noite do "Porto Madero". Nas ruas estreitas e geladas de Utrecht. Na casinha azul de Piracaia. Choro por viver uma história de amor eterna e "real" com o amor da minha vida. Choro quando lembro que ele já me fez chorar. Porque sei que todos os dias me faz sorrir.



Chorei no final de "A Cabana" e de ódio por perder tempo com "Amanhecer". Choro ouvindo "Metade" do Oswaldo. Escutando "Marron" cantando "Loba" e "Elas" cantando Roberto. Choro em todos os Shows do Toquinho. Já chorei no Reveillon da Paulista.



Já chorei de dor de dente e de cotovelo. Também quando tive pedra na vesícula e meu amor cuidou de mim. Chorei porque ninguém da minha família me visitou. Chorei porque recebi um telegrama de "pronto restabelecimento".

Choro ver Maria dormir com seus cachos espalhados no travesseiro. Na formatura, na Feira de Ciências, no Projeto Cultural, na piscina, pisando na água do mar...quando cai um dente seu...pesquisando uma música no "Youtube". Choro quando vejo seus desenhos em baixo do vidro. Ao ouvir a mensagem que você deixou na caixa postal do meu celular e eu nunca apaguei.





Choro ao constatar que não tenho capacidade (ainda) (será?) de escrever um post que seja algo, intelectualmente, mais importante do que uma lista do que me faz chorar. Me desculpem, eu choro....choro e choro.



E com a TPM fica tudo bem pior....

Nenhum comentário:

Postar um comentário