sexta-feira, 28 de maio de 2010
"Não passam as dores, também não passam as alegrias. Tudo o que nos fez feliz ou infeliz serve para montar o quebra-cabeças da nossa vida, um quebra-cabeças de cem mil peças. Aquela noite que você não conseguiu parar de chorar, aquele dia que você ficou caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que você recebeu, aquela visita surpresa que ela lhe fez, o parto do seu filho, a bronca do seu pai, a demissão injusta, o acidente que lhe deixou cicatrizes, tudo isso vai, aos pouquinhos, formando quem vcoê é. Não tem nenuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Como são muitas, você pode esquecer de algumas, e a isso chamamos de passou. Não passou. Está lá dentro, meio perdida, mas quando você menor esperar, ela será necessária para você completar o jogo e se enxergar por inteiro." (Marta Medeiros)
domingo, 23 de maio de 2010
"... tinha suspirado,
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo condizia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"
ouvi esta música de novo hoje pela manhã
ouvi pela primeira vez essa música...hoje pela manhã!
eu sei, você já ouviu isso um milhão de vezes. mas permita-se realmente, ouvir de novo:
"beijado o papel dovotamente" - você já se viu beijando e apertando contra o peito uma foto, uma carta de amor?
"sentimentalidades" - você já escreveu sentimentalidades?
"estima por si mesma" - você já deixou que o amor mexesse com sua auto-estima?
"existência superiormente interessante" - você já se sentiu mais importante do que o mundo todo?
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo condizia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"
ouvi esta música de novo hoje pela manhã
ouvi pela primeira vez essa música...hoje pela manhã!
eu sei, você já ouviu isso um milhão de vezes. mas permita-se realmente, ouvir de novo:
"beijado o papel dovotamente" - você já se viu beijando e apertando contra o peito uma foto, uma carta de amor?
"sentimentalidades" - você já escreveu sentimentalidades?
"estima por si mesma" - você já deixou que o amor mexesse com sua auto-estima?
"existência superiormente interessante" - você já se sentiu mais importante do que o mundo todo?
sábado, 22 de maio de 2010
bom mesmo é ser convidada pra pizza na sexta
e o convite vir com poesia...
"Leva nada não.
só um vinho já tábão
mas se quiser leva um pão.
vou fazer bolo de maçã
pra sobremesa
a receita ta na mesa
num tem muita coisa não
sopa, caldo, carinho
e os amigos lá no ninho
se não tiver cadeira, vai no chão
por que é casa de borralheira
mas sem caganeira.
Riminha pobre é assim
Parece que num tem fim"
obrigada querida
e o convite vir com poesia...
"Leva nada não.
só um vinho já tábão
mas se quiser leva um pão.
vou fazer bolo de maçã
pra sobremesa
a receita ta na mesa
num tem muita coisa não
sopa, caldo, carinho
e os amigos lá no ninho
se não tiver cadeira, vai no chão
por que é casa de borralheira
mas sem caganeira.
Riminha pobre é assim
Parece que num tem fim"
obrigada querida
quinta-feira, 20 de maio de 2010
sobre minha mania de perseguição:
se alguém escreve um post sobre comentários ridículos
os comentários são meus
se soltam uma circular advertindo sobre faltas e atrasos
é pra mim
(apesar de não chegar atrasada e nem faltar nunca)
se falam sobre regime
eu passei de todos os limites
se minha irmã é problemática
é porque sempre fui certinha demais
se minha mãe é problemática
é porque fui uma péssima filha
se meu pai é problemático
é porque deixei minha mãe problemática
com os problemas que causei a minha irmã problemática
se ouço uma busina
fechei alguém
se acaba a bobina da máquina do VISA
é só comigo
se tem um guarda na esquina
adivinha quem ele está multando?
se não me retornam a ligação
fiz alguma merda
se me mandam corrente de oração
por que será que estou precisando de proteção?
tem algo errado comigo!
se me mandam piada
estou mal humorada
se não gostaram de Cinema Paradiso
estão me chamando de burra
se não usam vermelho
estão me chamando de puta
se não gostam de vinho
estão me indicando ao AA
se alguém escreve um post sobre comentários ridículos
os comentários são meus
se soltam uma circular advertindo sobre faltas e atrasos
é pra mim
(apesar de não chegar atrasada e nem faltar nunca)
se falam sobre regime
eu passei de todos os limites
se minha irmã é problemática
é porque sempre fui certinha demais
se minha mãe é problemática
é porque fui uma péssima filha
se meu pai é problemático
é porque deixei minha mãe problemática
com os problemas que causei a minha irmã problemática
se ouço uma busina
fechei alguém
se acaba a bobina da máquina do VISA
é só comigo
se tem um guarda na esquina
adivinha quem ele está multando?
se não me retornam a ligação
fiz alguma merda
se me mandam corrente de oração
por que será que estou precisando de proteção?
tem algo errado comigo!
se me mandam piada
estou mal humorada
se não gostaram de Cinema Paradiso
estão me chamando de burra
se não usam vermelho
estão me chamando de puta
se não gostam de vinho
estão me indicando ao AA
quarta-feira, 19 de maio de 2010
"Se eu disser
Que já nem sinto nada
Que a estrada sem você
É mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso
Leio o teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
O que eu já nem preciso...
Sinto dizer que amo mesmo
Tá ruim prá disfarçar
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos
No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada...
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro...
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida"
------------------------------------------------------
não tem jeito...é inevitável...
um dia você vai acabar publicando uma música
da Ana Carolina no seu blog e terá
certeza absoluta que a música foi escrita para você!
(ele já escreveu sobre isso aqui...)
http://cransauce.blogspot.com/2010/03/dia-da-mulher.html
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Tempos difíceis me convidam a olhar para trás....é fuga, inevitávelmente humano!
Fica sempre a sensação, por certo enganosa, de que o que havia de melhor eu devo ter esquecido em algum lugar do passado.
Ah, o passado...esse tempo traiçoeiro...traiçoeira e doce.
Mesmo que, na verdade, nem tenha sido tão doce assim...ganha açucar com o tempo...uma espécie de mofo doce!
Fica para sempre com sabor de melado...pipoca doce, maçã do amor...brigadeiro.
Melado, porque não muda! Nem eu (que sou a dona desse passado) posso reescrevê-lo...deletar, mudar o texto, a cor da fonte...apesar de, normalmente, para segurança desse meu tão doce passado...mudar a forma como eu leio a mesma história.
"Ele" (o passado) fica lá guardado (às veze nem guardado, simplesmente esquecido), em alguma gaveta do tempo. Admirado de vez em quando, ganha status de foto antiga...antiga carta de amor amarelada.
O passado tem a benção de ser sempre romanceado....adocicado!
Ganha cobertura de certa névoa de nostalgia e uma fina camada de açucar...que a gente quase não vê...mas que pode facilmente enganar o paladar.
Olhando rapidamente as casas do bairro que aos poucos vão massissamente se transformando em impessoais moradias temporárias para estudantes, sinto uma saudade gostosa, leve, descompromissada.
Não sinto saudade dos antigos moradores, alguns já morreram, outros o tempo e minha memória se encarregaram de matar. Sinto uma saudade egoísta de mim mesma naquele meu tão doce passado.
Saudades de mim... brincando nos quintais de terra (um deles com terra encantadoramente colorida), me molhando irresponsávelmente no esguiço, subindo nas árvores e muros, fazendo panelinhas de barro...sinto uma saudade ridiculamente egoísta de mim!
Saudades de alguns aniverários, dos ralados no joelho.
Cada pega-pega, esconde-esconde, barra manteiga...
Tenho saudade de cada sonho que vivi sentada nos degraus das varandinhas...
que já não existem mais (nem os sonhos, nem as varandinhas)!
minha inspiração hoje veio daqui... http://aceuabertodaboca.blogspot.com/
Fica sempre a sensação, por certo enganosa, de que o que havia de melhor eu devo ter esquecido em algum lugar do passado.
Ah, o passado...esse tempo traiçoeiro...traiçoeira e doce.
Mesmo que, na verdade, nem tenha sido tão doce assim...ganha açucar com o tempo...uma espécie de mofo doce!
Fica para sempre com sabor de melado...pipoca doce, maçã do amor...brigadeiro.
Melado, porque não muda! Nem eu (que sou a dona desse passado) posso reescrevê-lo...deletar, mudar o texto, a cor da fonte...apesar de, normalmente, para segurança desse meu tão doce passado...mudar a forma como eu leio a mesma história.
"Ele" (o passado) fica lá guardado (às veze nem guardado, simplesmente esquecido), em alguma gaveta do tempo. Admirado de vez em quando, ganha status de foto antiga...antiga carta de amor amarelada.
O passado tem a benção de ser sempre romanceado....adocicado!
Ganha cobertura de certa névoa de nostalgia e uma fina camada de açucar...que a gente quase não vê...mas que pode facilmente enganar o paladar.
Olhando rapidamente as casas do bairro que aos poucos vão massissamente se transformando em impessoais moradias temporárias para estudantes, sinto uma saudade gostosa, leve, descompromissada.
Não sinto saudade dos antigos moradores, alguns já morreram, outros o tempo e minha memória se encarregaram de matar. Sinto uma saudade egoísta de mim mesma naquele meu tão doce passado.
Saudades de mim... brincando nos quintais de terra (um deles com terra encantadoramente colorida), me molhando irresponsávelmente no esguiço, subindo nas árvores e muros, fazendo panelinhas de barro...sinto uma saudade ridiculamente egoísta de mim!
Saudades de alguns aniverários, dos ralados no joelho.
Cada pega-pega, esconde-esconde, barra manteiga...
Tenho saudade de cada sonho que vivi sentada nos degraus das varandinhas...
que já não existem mais (nem os sonhos, nem as varandinhas)!
minha inspiração hoje veio daqui... http://aceuabertodaboca.blogspot.com/
sexta-feira, 14 de maio de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010
"Não, não vou revelar o final, mas tenho de registrar que Allen dá mais uma prova de que tem essa habilidade de nos fazer aceitar que o final de todas nossas desventuras amorosas nem sempre é feliz – isto é, nem sempre terminam como Hollywood sempre quer nos fazer acreditar que é possível: as pessoas sofrem, se apaixonam, se separam, voltam a se apaixonar, descobrem outros amores, ficam sozinhas, reencontram o mesmo amor, ou mesmo continuam casados com seus parceiros – mas tudo no fim fica bem… Nós, humanos, temos uma capacidade absurda de equilibrar as equações de relacionamento, e, embora a gente nem sempre se lembre de que isso é possível, é essa nossa habilidade que permite que a gente vá em frente. E ali estava Woody Allen mais uma vez me lembrando disso, no momento em que eu estava deixando Paris, 30 anos depois de conhecê-la pela primeira vez!" (Zeca Camargo)
...sempre gostei do Zeca Camargo e agora me declaro apaixonada pelo seu estilo "bate papo" de escrever. "Folheando o seu blog descobri, num post antigo, um escrito sobre o novo filme de Woody Alen.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
A Lista
Oswaldo Montenegro
Composição: Oswaldo Montenegro
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?
domingo, 9 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
sexta-feira, 7 de maio de 2010
“Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração.” (Vinícius de Moraes)
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Trabalho na periferia de São Paulo. A empresa onde trabalho fica num imóvel grande, tipo galpão, num bairro da periferia da cidade. Tenho uma sala só pra mim, mais sala que trabalho aliás. Da minha janela vejo uma paisagem que me lembra o Rio de Janeiro. Eu não conheço o Rio de Janeiro, mas se conhecesse sei que esta paisagem me lembraria o Rio.
Tem uma menina que trabalha no administrativo. Já não é nem tão menina assim. Sei pouco dela (e dos outros também) mas sei que já é "mãe de família", que tem um marido doente e que mora na vizinhança.
Hoje na hora do almoço estava eu sem fazer nada, olhando pela minha janela e, eis que vejo ela entrando numa casinha amarela muito próxima daqui...com aquele jeitão de quem está entrando na própria casa, sabe, aquele jeito de entrar e puxar o portão sem olhar para trás? Como se já estivesse acostumada com o portão, com o cachorro, com a escada, com a vida, com o destino.....?
De repente juntei todos os dados que tinha: sua vida difícil com o marido doente, seu salário baixo (não sei quanto ela ganha, mas sei que não é muito), sua casa de fundos (parece que está se segurando no muro)...e sofri por ela e tantas outras iguais a ela.
O tempo passou, o mundo mudou e continuamos trabalhando por comida. Isto é triste!
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Atravesso a fase mais DIFÍCIL da minha vida. Claro que estamos falando de dinheiro, o que mais? Nem nos meus mais loucos sonhos de infância me vi atravessando fase tão "complicada" (é o jeito delicado que as pessoas encontraram de dizer "fudida"), mas ao contrário de outras situações, até menos críticas, que já vivi, nunca estive tão confiante e tranqüila (sei que a trema foi extinta...mas eu gosto de usar, e daí?).
É como se alguém dissesse para mim: "Vai lá, faça a sua parte que eu estou tentando ajeitar as coisas por aqui." Interessante essa estratégia que inventei. Faz parecer que deixei o problema para outra pessoa (quem será?) resolver enquanto eu fico apenas quebrando as pedras e arrastando a enxada por aí.
Sei que todo mundo enfrenta dificuldades (até o Eike Batista? Será?) e costumo dizer que minha infância (que foi fácil demais) não me preparou para a vida real...não ESTA que eu tenho agora.
São situações que fugiram completamente do meu controle, portanto, nem adianta tentar controlar...melhor deixar rolar e esperar para ver a MERDA que vai dar...claro que quando penso em possíveis conseqüências (olha ela aí de novo) fico apavorada e por isso mesmo tento não pensar. Mas os "pepinos" continuam chegando...por debaixo da porta, na portaria do prédio, no telefone, caindo do céu, etc.
Nesta situações sempre aparece alguém, certamente muito bem intensionado (porém com pouca imaginação) para dizer: "Mas o importante é que você tem saúde né?". É concordo, mas também só faltava tá fudida e doente...sem convêncio médico.
É cidadão, a vida não é só poesia não.
E por que eu escrevi tudo isso?
Bom...
1 - porque o blog é meu e eu escrevo o que quiser.
2 - para "repostar" esse texto daqui a POUCO tempo quando então, tudo isso tiver sido resolvido...e rir na cara desta BOSTA toda.
terça-feira, 4 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
"Alice, desnorteada, encontra o gato e pergunta se ele pode ajudá-la,
informando para onde vai aquela estrada na qual ela está.
O gato replica com a indagação mais séria que podemos ter:
- Para onde você quer ir?
A menina diz:
- Não sei, estou perdida.
O gato dá a lição:
- Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve..."
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