quarta-feira, 7 de julho de 2010

"A fidelidade é o amor conservado ao que aconteceu, o amor ao amor, no caso, amor presente (e voluntário, e voluntariamente conservado) ao amor passado. Fidelidade é amor fiel, e fiel antes de mais nada ao amor. Como eu poderia jurar que sempre te amarei ou que não amarei outra pessoa? Quem pode jurar seus sentimentos? E para que, quando não há mais amor, manter a ficção, os encargos ou as exigências do amor? Mas isso não é motivo pare renegar ou não reconhecer o que houve. Por que precisaríamos, para amar o presente, trair o passado? Eu juro não que sempre te amarei, mas que sempre permanecerei fiel a esse amor que vivemos. O amor infiel não é o amor livre: é o amor esquecidiço, o amor renegado, o amor que esquece ou detesta o que amou e que, portanto, se esquece ou se detesta. Mas será isso ainda amor? Ama-me enquanto desejares, meu amor; mas não nos esqueça." (Ed. Martins Fontes; André Comte-Sponville - Pequeno Tratado das Grandes Virtudes).

postado originalmente em fevereiro de 2007

Um comentário:

  1. Esse livro é fantástico! Já leste o "Tratado do Desespero e da Beautitude"?

    Abraço

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