segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

alguém disse certa vez que o ser humano só
devia guardar na vida
o que ele é capaz de carregar com ele...
na verdade alguns objetos morrem,
são esquecidos entre uma geração e outra,
alguns perdem a memória.
eu guardo alguns, mais do que posso
carregar...
e também carrego com eles algumas
histórias!





na década de 40 o pai do meu sogro ganhou de presente de casamento. ficou
esquecido no alto do armário da cozinha de uma tia. eu o namorei por 8
anos...quando a tal tia perguntou o que eu queria ganhar de presente de
casamento...não exitei por um segundo!




o rádio era companheiro da vó. ela colava nele toda noite e costurava na velha
máquina de costura. em cima dele ficavam pequenos bibelôs, miniaturas de jogos
de chá...esses perderam-se no tempo...como lembro daquelas pecinhas.

a história do CUCO foi uma história que se perdeu...talvez nos 11 anos de tio
amado perdido também. não consegui saber a história do cuco...não tive tempo
para isso.



enquanto eu nascia, o pai impaciente foi dar uma volta. entrou numa loja de
brinquedos e lá escolheu um presente de menina e outro de menino...taí...nasci
menina!







comadre da mãe viajou para Botucatu. chegou lá na casa de parente e viu as
peças...pediu para levar...e me deu de presente!









uma vez uma velhinha do bairro morreu. a nova esposa do velhinho logo fez um
bazar com os pertences da falecida...lá tava eu.







essa não é antiga...antigo é o desejo. ganhei num ato de extremo romantismo. é
meu canto, meu descanso...é meu!


















de PAI para FILHA...


de FILHA para FILHA...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"Como sempre acontece na ficção de Clarice, conclui-se pelo não entendimento:
é impossível entender o ovo.
Sendo impossível entendê-lo, sei que se o entender estou errando.
Entender é a prova do erro.
Entendê-lo não é o modo de vê-lo."
(Clarice)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

oi querida
como estás?
nem eu sei desde quando te vejo na cozinha
enfiltrada na família do sangue
cresceu junto com a gente
e a gente não percebeu
pintou um jardim nas costas
e borboletas no pé
bateu nas quinas dos móveis
entrou sem tocar a campainha
saiu "a la francesa"...
não se faz uma coisa dessas
sua mãe não te deu educação?
"PARA MIM, A EXISTÊNCIA ETERNA DE MINHA ALMA É DEMONSTRADA POR MINHA IDÉIA DE ATIVIDADE. SE EU TRABALHAR INCESSANTEMENTE ATÉ MINHA MORTE, A NATUREZA ESTARÁ FADADA A ME CONCEBER OUTRA FORMA DE EXISTÊNCIA, QUANDO A ATUAL NÃO MAIS PUDER SUSTENTAR MEU ESPÍRITO." (GOETHE 1829)

Maria Rita - Samba Meu

O meu samba vai curar teu abandono
O meu samba vai te acordar do sono
Meu samba não quer ver você tão triste
Meu samba vai curar a dor que existe
Meu samba vai fazer ela dançar
É o samba certo pra você cantar
O meu samba é de vida e não de morte
Meu samba vem pra cá e traz a sorte
E celebra tudo o que é bonito
Meu samba não despreza o esquisito
Meu Samba vai tocar no infinito
Meu Samba é de bossa e não de grito
Meu Samba, defendi com alegria
Deixe que a noite vadia
Vai saber lhe coroar
Deixo entregue aos bambas de verdade
Que estão nos morros da cidade
Peço a benção pra passar
Deixo entregue aos bambas de verdade
Que estão nos morros da cidade
Peço a benção pra passar

sábado, 13 de setembro de 2008

maria me observa entre contas vencidas e extratos.
sai da sala e volta em seguida com R$ 7,00 na mão.
- mamãe te dou todo meu dinheiro só pra você ficar feliz de novo.
- querida, dinheiro não deixa as pessoas felizes.
- então porque quando você não tem dinheiro você fica triste ?

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

eu nunca achei que seria mãe. nem gostava tanto de brincar de casinha na infância. eu tinha certeza que havia nascido sem o tal "instinto materno"...o tal dom mágico que surge como que por um milagre em toda mulher praticamente na hora do parto.
tenho sérias dificuldades em administrar os "porquês" e "bicos" de Maria. nem sempre, no final do dia, tenho a paciência necessária para recortar palavras começadas com "gue" e "gui". eu definitivamente odeio "Cartoon Networks" e os sapatinhos da "Polly"... não sei como explicar a ela que simplesmente, por mais incrível e inacreditável que isso possa parecer, não posso comprar tudo o que ela deseja...eu nem sei como ela consegue desejar tudo o que ela deseja... não sei o que responder quando ela vem reclamando que as "costas estão coçando" com um ar de acusação como se eu tivesse culpa de ter gerado um ser...que pode sentir coceira nas costas. não consigo ficar indiferente às suas "crises precoces de adolescente" e isso torna as tais crises ainda mais freqüentes e eu ainda mais intolerante. tento o tempo todo ferozmente resistir a tentação de resolver os seus problemas, tirar todas as suas dúvidas, elevar sua auto-estima, espantar seus fantasmas...nesses momentos me sinto o ser mais impotente e incompetente do planeta...entenda...ainda outro dia eu era uma menina mimada e bicuda que vivia com coceira nas costas.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008


ainda hoje quando conheço uma Talita é automático lembrar...
a perspectiva de uma segunda-feira tensa
atropelou a madrugada de meu domingo gostoso...
as olheiras acordaram comigo e, aparentemente,
me farão companhia por mais alguns dias.
o que estava bom...maravilhoso...hoje está meio nublado!

sábado, 6 de setembro de 2008

sou incapaz de dormir num quarto com uma porta de
guarda-roupa aberta.
digo que é "mania de organização"...mas é mentira...
morro de medo do monstro do guarda-roupa!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

certeza?
eu não tenho mais certeza de nada.
sou como aquele
que só sabia que nada sabia
a vida desmentiu todas as minhas certezas absolutas!
hoje sou só
dúvidas!

que bom é ser


qualquer coisa, assim, ao léu,


uma pluma de vender,


um pensamento, um chapéu,


enfim ser, tão-somente isto,


ser apenas pelo meio,


sem um nome,


sem um misto de ancoragem ou de enleio,


ser nada (não é possível)


ser tudo (mas é demais)


ser então o indefinível


nem tão pouco, nem demais.


(Armindo Trevisan)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

a vida não tem me dado muito tempo para a vida. continuo trocando o anel de dedo e esquecendo coisas. continuo variando o caminho e mesmo assim não consigo esquecer de certas coisas. o relógio implacável e imparcial continua objetivo no marcar das horas, desconsiderando meus interesses ou necessidades pessoais. vou enchendo pastas de papéis e batendo em portas que continuam trancadas para mim. tirando dois de dois chego ao zero de novo. chegando ao zero alcanço um ponto de partida...e começo tudo de novo. estou tão cansada que não tenho coragem nem de desistir.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

o colar de lanternas vermelhas ao longo da marginal anuncia um longo e lento caminho de retorno.
às 18:26 o céu ainda não é azul marinho e a primeira estrela no céu me obriga uma lembrança tão antiga que nem sei de quando...
"primeira estrela que eu vejo me conceda um desejo..."
deixo atrás de mim planilhas e emails iniciados e não terminados...como tantas outras coisas. uma pilha de contas por pagar, nem um tostão no bolso...ligações recebidas e não atendidas, oportunidades perdidas...até a polícia ultimamente resolveu andar atrás de mim. uma noite não dormida pesa nos olhos e nas juntas.

o colar de lanternas vermelhas nesta quase noite parece poesia e me obriga a aceitar que a "alegria" é um impulso interno que, simplesmente, ignora o ambiente.
desfaz-se a ruga na testa...o peito fica leve de novo e a boca permite-se o sorriso...
a vida, chamada real, se enche de boas imagens...
...o cacho descuidado de Maria no rosto...o amor sereno que desperta ao lado...cheiro de pão torrado acordando a casa... a mensagem do colega para a "querida amiga"...o vinho com os companheiros na hora do almoço...a paz!
essa paz que vem de dentro de mim...essa paz!

neste momento é possível a conclusão sábia e simples:
"a felicidade nada mais é do que um punhado de momentos de alegria..."

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

vira e mexe lá vem Maria:
- Na sua época tinha mochila de rodinha?
- Não não tinha.
- Tinha "Naruto"?
- Não, não tinha.
- "Pica Pau" e "Tom e Jerry" tinha né?
- Tinha...e já era chato!
- Tinha "Cartoon Networks"?
- Não, não tinha. Nem internet e nem TV à cabo.
- Não tinha?
- O "Homem Aranha" é da sua época?
- Sim é...mas em quadrinhos?
- O que é quadrinhos?
- Revistinha, Gibi!
- Ah, Gibi! Na sua época tinha tênis de rodinha?
- Não, não tinha.
- Tinha celular?
- Não, não tinha.
- Televisão tinha?
- Sem controle remoto.
- Orkut tinha? Msn?
- Não tinha internet...a gente escrevia cartas.
- Tinha Barbie?
- Só Susi. Eu tive uma.
- Só uma?
- Tinha avião?
- Já tinha.
- Carro tinha?
- Poucas marcas...Fusca tinha.
- Tinha lição de casa?
- Ah, isso tinha!
- Pelo menos alguma coisa tinha né?

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

"A verdade é que não se sobrava tempo para estudar. As alegrias me ocupavam, ficar atenta me tomava dias e dias; havia os livros de histórias que eu lia roendo de paixão as unhas até o sabugo, nos meus primeiros êxtases de tristeza, refinamento que eu já desbrira; havia meninos que eu escolhera e que não me haviam escolhido, eu perdia horas de sofrimento porque eles eram inatingíveis, e mais outras horas de sofrimentos aceitando-os com ternura, pois o homem era o meu rei da Criação; havia a esperançosa ameaça do pecado, eu me ocupava com medo em esperar; sem falar que estava permanentemente ocupada em querer e não querer ser o que eu era, não me decidia por qual de mim, toda eu é que não podia; ter nascido era cheio de erros a corrigir." (Os desastres de Sofia - Felicidade Clandestina - Clarice Lispector)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

hoje é um dias daqueles, que acontecem de vez em quando (cada vez com mais freqüência), dia em que as pessoas parecem mais burras e óbvias do que em outros dias. tenho a forte impressão de que falam mais e mais...cada vez mais...cada vez mais alto...tendo cada vez menos o que dizer...mas falam, falam, falam...talvez por desespero...para convencerem a si próprias que têm algo a falar...mas não ouvem a si mesmas...não escutam quanta merda são capazes de dizer...e repetir, repetir, repetir..."enfim". repetindo paradigmas...daria muito trabalho mudar de idéia a essa altura do campeonato.
o maxilar apertado me faz doer os dentes de traz...a nuca fica dura e dolorida...e o corpo parece até desanimar...dia após dia...quanta bobagem, quanta perda de tempo. pessoas que correm para lá e para cá...fingindo-se de muito ocupadas...para na verdade, disfarçar a falta de rumo...de foco, de objetivo.
e elas continuam falando, falando, falando..."enfim"...e enquanto elas falam e falam e falam...a vida passa por elas cheia de novas idéias, novas perspectivas...mas elas estão sempre tão ocupadas...sempre falando tanto....

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

"Isso tudo não chegava a formar uma situação para o casal. Quer dizer, algo que cada um pudesse contar mesmo a si próprio na hora em que cada um pudesse contar mesmo a si próprio na hora em que cada um se virava na cama para um lado e, por um segundo antes de dormir, ficava de olhos abertor. E pessoas precisam tanto poder contar a história delas mesmas. Eles não tinham o que contar. Com um suspiro de conforto, fechavam os olhos e dormiam agitados. E quando faziam o balanço de suas vidas, nem ao menos podiam nele incluir essa tentativa de viver mais intensamente, e descontá-la, como em impostos de renda. ............
Talvez apenas devido à passagem insistente do tempo tudo isso começava, porém, a se tornar diário, diário, diário. Às vezes arfante. (Tanto o homem como a mulher já tinham iniciado a idade cr[itica.) Eles abriam as janelas e diziam que fazia muito calor. Sem que vivessem propriamente no tédio, era como se nunca lhes mandassem notícias. O tédio, aliás, fazia parte de uma vida de sentimentos honestos...........................
Mas enfim, como isso tudo não lhes era compreensível, e achava-se muitos e muitos pontos acima deles, e se fosse expresso em palavras eles não o reconheceriam - tudo isso, reunido e considerado já como passado, assemelhava-se à vida irremediável. À qual eles se submetiam com um silêncio de multidão e com o ar um puco magoado que têm os homens de boa vontade. Assemelha-se à vida irremediável para a qual Deus nos quis." (Os obedientes - Felicidade Clandestina - Clarice Lispector)

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

"Os ovos establam na frigideira, e mergulhada no sonho preparo o café da manhã. Sem nenhum senso de realidade, grito pelas crianças que brotam de várias camas, arrastam cadeiras e comem, e o trabalho do dia amanhecido começa, gritado e rido e comido, clara e gema, alegria entre brigas,
dia que é o nosso sal e nós somos o sal do dia,
viver é extremamente tolerável,
viver ocupa e distrai, viver faz rir. "
(O ovo e a galinha - Felicidade Clandestina - Clarice Lispector)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

"A existência é um trajeto
temporal;
no caminho,
os anos vão nos fazendo e
também desfazendo.
Talvez seja essa uma das
perguntas fundamentais da vida:
O que eu serei amanhã, o que
terei feito de mim? "
(Histórias de Mulheres - Rosa Montero)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

...recomendações médicas a mulheres atormentadas no final do século XIV...
.....
"Por exemplo, quando, em janeiro de 1852, Charlotte Brontë sofreu uma de suas grandes depressões, o médico a proibiu de escrever: achava-se que o trabalho intelectual era anormal nas mulheres e que, portanto, provocava-lhes crises de nervos. "

"Leve a vida mais caseira possível. Mantenha sua filha com a senhora o tempo todo.
Deite-se durante uma hora após cada refeição.
Não tenha mais do que duas horas de vida intelectual por dia.
E não volte nunca a tocar uma pena, um pincel ou um lápis pelo que lhe restar de vida."
....
(Histórias de Mulheres - Rosa Montero)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008




"A preguiça nesse sentido não é o ócio, mas seu momento negativo, pejorativo. Assim como o negócio é a negação do ócio, mas num sentido positivo, a preguiça é a negação do ócio num sentido pejorativo. Por isso é possível dizer que a preguiça é autoritária, porque ela é fechada, não deixa espaço para as novidades da vida, para outros olhares, para a aceitação de novas potências. Se há segredo em conviver com a preguiça nossa de todo dia, ele está na possibilidade de saber sua diferença com o descanso necessário ou a afalta de desejo pela vida e suas possibilidades. É muito bom não fazer nada quando isso é uma escolha, mas não é nada bom ser escravo da própria impotência." (Revista Vida Simples - Maio 2008 - Me dá preguiça - Márcia Tiburi)

domingo, 3 de agosto de 2008

"De onde o escritor tira o que escreve?
Seus romances nascem do que ele sabe ou do que ele teme?
Do que viveu ou do que sonhou?"
(Histórias de Mulheres de Rosa Montero)

sábado, 2 de agosto de 2008



no livro "Histórias de Mulheres" de Rosa Montero...sobre Simone de Beauvoir...


" Seja como for, agora sua imagem é mais complexa e mais humana: porque todos temos vergonhas e incoerências a ocultar em nossa vida privada. Por fim, entre tanta glória e tanta miséria, o que fica é a magnífica proeza de ter sido livre e responsável por seu próprio destino. Para o bem e para o mal, Beauvoir se fez a si mesma."

quinta-feira, 31 de julho de 2008


"Frida era muito bonita. Ou mais que bonita: era tremenda. Tinha olhos ferozes e maravilhosos, boc a perfeita, sobrecenho hirsuto, bigode apreciável...Ao seu poderoso físico, Frida acrescentava uma incrível encenação: sempre usava roupas das índias tehuanas, belíssimos cabelos com fitas de cetim, flores, veludos; e se adornava com pesadas jóias pré-colombianasou coloniais." (Histórias de Mulheres - Rosa Montero - emprestado pela querida prima http://www.cafedaavo.blogspot.com/)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

MENINOS NÃO LEIAM ESTE POST

(vocês jamais entenderão a importância dessa descoberta)



MENINAS











Descobriram a solução para um dos maiores problemas da humanidade!


Visito regularmente esse blog http://www.bemlegaus.com/


lá tem essa e outras tantas idéias geniais.






terça-feira, 29 de julho de 2008

hotel
sol e frio
sibutramina
filmes
livros
crepe
férias
trânsito
agosto
samba
cheques
manicure
gritos
sussurros...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

há males que vêm para o bem.

a lei seca está me deixando reclusa no meu canto...na minha TV e no meu DVD.

este final de semana: "Amor nos tempos do cólera", "Paixão Proibida", "La Dolce Vita", "Nuvens Brancas", "Como roubar um milhão de dólares", "A lei do desejo", "Mar adentro"...e...."Antes do por do sol"."Antes do Por do Sol"...eu não tinha visto esse filme. Houve um primeiro, em 84...na época eu vi...mas devo ter visto como mais um filminho. A continuação é incrível.
É incrível a sensação de reencontrar alguém depois de tantos anos...eu sei exatamente o que ela estava sentindo.

quinta-feira, 17 de julho de 2008


"Ontém é História.
Amanhã é Mistério,
mas hoje é um presente.
Por isso ele tem nome de Presente!"



(Mestre Oogway)

terça-feira, 15 de julho de 2008

bebi uma taça de vinho...ok, um "pouquinho" mais que uma taça
na verdade. Carmenère delicioso numa das taças (de um jogo de 6) que ganhei da melhor amiga que uma mulher poderia ter .


Quanto bebo me dá vontade de escrever. Se eu fosse uma escritora, isso se chamaria "inspiração"...para mim, o nome é "irresponsabilidade".



Escrevo por impulso, muitas vezes como falo ...tantas vezes por impulso. Não preparo o tema, não pesquiso, não consulto no dicionário a grafia correta das palavras (isso vocês já devem ter percebido por aqui). Não tenho paciência para procurar a fotografia certa, quando encontro alguma boa, nunca coloco a fonte (o que considero um erro imperdoável).


Quando bebo a coisa fica mais séria, ocasionalmente acabo perdendo o pouco de censura que me resta...e acabo sendo...irresponsávelmente "reveladora"....sinto que hoje será uma dessas situações, para o bem ou para o mal.



Estou sozinha, fato tão raro e desejado. A sala com quase 30 metros é pequena para a solidão que tanto desejo. A TV exibe "E o Vento Levou"...minha taça (o presente da prima-amiga) anda comigo pela casa...escura e silenciosa...como deve ser a solidão.



Há 20 anos eu já via "E o Vento Levou" (visto que, na época eu tinha 16 anos de idade, isto pode ser considerado normal?). Foi nessa época que, sabe lá Deus o porquê, o filme se tornou um dos meus favoritos. Minhas amigas assistiam "Dirty Dancing" e eu queria ver Scarlat dizendo "eu nunca mais passarei fome"... Naquela época os mais observadores já viam em mim indícios de uma mulher...que não seguiria pela estrada da normalidade.



Há 20 anos eu não imaginava minha vida como ela é hoje, não planejei nada disso...talvez nem conseguisse imaginar uma vida tão boa assim. Eu, numa terça feira com uma taça de vinho e cheiro de canela numa sala vazia com uma parede vermelha e solidão.


Não, eu não tenho dinheiro. Tenho mais dívidas do que poderia pagar, consumo mais do que deveria e menos (muito menos) do que gostaria...gosto sim de coisa boa, e daí?


Já tenho meus 36 anos, uma carreira estressante e interessante, promissora se não acabar comigo antes, muitos "conhecidos", alguns amigos.


Vejo nas realizações de Maria os meus próprios sonhos sendo realizados e tenho muito medo das suas inseguranças. Gostaria que ela não tivesse medo de nada, mas tenho consciência dos medos que tantas vezes eu tenho (até hoje) .


Hoje vivo a "verdade libertadora" que não almejei mas que me é tão bem vinda.
"Reapaixonei-me" pelo primeiro homem da minha vida e hoje revivo uma história de amor. O melhor amigo, o melhor marido e o melhor amante...


Gostaria de ter alguns quilos a menos, algumas horas a mais para mim. Gostaria de ter uma memória melhor para nomes, datas e números, e uma memórias pior para todas as outras coisas.


Minha vida é feita de uma rotina maravilhsosamente gostosa...amanhã tenho que comprar cenouras, cheiro verde e cebola...


Acho que o saldo é positivo!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

"A indústria oferece soluções para qualquer tipo de problema e para todos os tipos de bolso: receitas para o sucesso nas prateleiras das livrarias; pílulas da felicidade na farmácia da esquina; o corpo dos sonhos em troca de cheques a perder de vista. Bem vindos. Esses são os tempos da perfeição de massa, onde os defeitos são vistos como erros da natureza que podem ser corrigidos, deletados, deixados para trás. Dentes desalinhados e pés chatos, olhar estrábico e orelhas de abano, escoliose e miopia, verrugas salientes e septos desviados são coisas do passado.

O corpo deixa de ser determinado e pass a ser inventado.

Corremos o risco de deixar de ser aquilo que somos para nos transformarmos em um corpo sem marcas, sem história, sem humores.

Porque pode ser nos defeitos que você insiste em esconder que se expresse sua personalidade. A imperfeição rejeitada por ser sua marca registrada, aquela que faz com que você seja reconhecido e lembrado. Anular as imperfeições é como matar as diferenças.

De que adiantam dentes artificialmente brancos numa boca que não ri?

Ponha uma flor nos seus cabelos crespos, enfeite sua miopia com óculos coloridos. Use sua preguiça como antídoto contra o estresse que paira no escritório, sua rigidez para superar um momento difícil e sua gargalhada estridente para quebrar o gelo."

(Elisa Correa - Vida Simples)

sábado, 12 de julho de 2008

"Treinamento desenvolve habilidades específicas; educação ensina a pensar. O treinamento faz obedecer a ordens cegamente e gera pessoas dependentes. A educação desenvolve pessoas pensantes, responsáveis, autônomas. (Eugênio Mussak - Vida Simples)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que
sou?
Ser o que penso?
Mas penso tanta coisa!
(Álvaro de Campos)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

por incrível que pareça...perdi minha "felicidade
clandestina".
não sei onde deixei. onde se perdeu.
simples assim...perdida...
será isso um sinal?
será Clarice?

terça-feira, 1 de julho de 2008

Caixa Cor de Rosa

The Bedroom, 1888; Van Gogh Museum, Amsterdam, The Netherlands


escolhi para você o que eu desejei para mim...mas na dúvida se é o mesmo que você desejou para você.

te entrego uma caixa cor de rosa cheia de babados, flores e borboletas...torcendo para que você, com lápis de cor ou pincel, pinte com a sua cara.

não deixe que determinem a cor das suas paredes. Você irá decidir se elas serão brancas, terão tons pastéis ou tons vibrantes.

escute a música que te embalar a alma no volume necessário.

viva o filme que quiser.

leia todos os livros que puder...muito mais do que poderão caber nas suas poucas caixas e prateleiras.
não deixe que ninguém limite o número de sonhos que você pode ter.

não deixe que coloquem fundo no seu guarda-roupa.

não deixe que colem as borboletas na parede...elas devem estar livres para voar.

se for seu desejo, durma de luz acesa e com a janela aberta.

se for seu desejo, sonhe com mais de um príncipe encantado.

Não deixe que te impeçam de chamar sua filha de Abigail.


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Borboletas por entre as prateleiras!

Brotou na parede um pink lindo...antes laranja. Ela não sabe da cama de adulto que irá ocupar a antiga...nem dos tecidos que deliciosamente ocuparam a manhã do meu sábado chuvoso...uma deliciosa manhã chuvosa nadando entre listrados, xadrezes e floridos...fazendo tudo isso se entender.
Ela não me viu desenhando, imaginando-a deitada nas almofadas coloridas...escrevendo, desenhando...olhando em volta e sorrindo.
Ela adorou as almofadas cor de rosa, sem saber que eram suas.
O abajur de estrela irá iluminar seu quarto colorido e criará sombras na sua parede.
A cortina branca ganhará laços de cor...e tudo terá cor...
Agora pesquiso borboletas, para fazê-las voar por entre as prateleiras.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Sexo com Amor?


atentos aos perigos do sexo com amor!

mas que pontaria a desse cupido não?

Definições




A vida que me deram não se resume a uma lista de compras, objetos de desejo, livros que não li, 100 roteiros exóticos. O futuro que eu espero não cabe numa lista de desejos, ou numa "wish list" (para os que têm a insuportável necessidade de acrescentar termos estrangeiros nesta, já tão complicada, língua portuguesa).



Estou certa de que, em algum lugar que eu ainda não encontrei, se encondem desejos que eu ainda não descobri. Livros ainda não escritos...destinos ainda não desbravados. Quem sabe atrás do fundo do guarda-roupa (né amigo "Pavão")?



Minha família não é simplesmente a primeira comunidade de que fiz parte - como me ensinaram em Educação Moral e Cívica (que tipo de coisa se ensina numa matéria com esse nome?), não, minha família é a minha família. É esse conjunto heterôgeneo de pessoas que não parecem ser nem do mesmo planeta, quem dirá da mesma família. Esse conjunto estranho, barulhento, engraçado e triste do qual faço parte. O termo que define esta família? Não, não sei.



Meus amigos não são pessoas que, simplesmente, cruzaram meu caminho em algum instante, não, são meus amigos. Amigos conquistados e cultivados a custa de dedicação, carinho e muitas vezes tolerância. Como são? O que os define? Não, não sei.


Eu sei que não sou o resultado das características determinadas por pouco mais de 20.000 genes, não, sou muito mais. Sou mais que um conjunto de cromossomos, tecidos, células nervosas, cabelos e dentes. Sou um pouco fruto de outros tempos e de outros mundos talvez. Talvez minha definição esteja num termo ainda inédito. Talvez minha definição ainda não esteja no Aurélio, no Houaiss ou na Wikipedia..talvez eu ainda nem exista de fato. Talvez eu nunca tenha existido.


Ainda faltam termos para todas as minhas definições. Ainda faltam respostas...e talvez ainda faltem muitas perguntas também.


Ainda faltam listas para todos os desejos que eu tenho...ainda preciso encontrar em algum lugar, os desejo que ainda não descobri que tenho.


Talvez minha vida seja simplesmente tomar café da manhã com Maria, redescobrir nos olhos do homem o amor de todo dia. Talvez seja a descoberta da música até então desconhecida. Talvez seja a emoção de um quadro que ainda não foi pintado...nem foi desejado. Talvez esteja no meu presente. Talvez tenha ficado no meu passado.


Talvez minha vida seja simplesmente isso...e eu que talvez ainda não tenha entendido.




quinta-feira, 12 de junho de 2008

dia dos namorados na década de 80

Romeo and Juliet, 1884 , Dicksee, Sir Frank (1853-1928)
Southampton City Art Gallery, Hampshire, UK, / The Bridgeman Art Library
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Junho de 1989. Jovens, quase adolescentes. Virgens...ambos. O namoro, oficial, em casa... como deveria ser naquela época para uma moça de família, já durava quase 1 ano...e as negociações para a mudança de status de "virgem" para "não virgem" já se arrastavam a alguns meses ... uma parte avançava e a outra (a duras penas) ... recuava. Apesar de mãos, pernas, pescoços, coxas, etc ... etc .. e muitos etcs..... etcs deliciosos ...
Praça Buenos Aires, Avenida Higienópolis em São Paulo. Ela prestava vestibular na Faap. Ele, ainda um estudante com tardes desocupadas, vai encontrá-la. Sentados na praça, discutiram, analisaram prós e contras da operação, fizeram contas, estudaram as variantes da tabelinha, estabeleceram margem de risco, leram a bula do anticoncepcional, manual de instruções do preservativo, avaliaram métodos indígenas, africanos ou utilizados por um grupo esquecido de esquimós... o poder de persuação era forte...ela acabou cedendo.
Uma apartamento vazio ... a oportunidade perfeita. Menores não podiam frequentar os motéis ... pais viajando não deixam chaves deapartamento a disposição. Quanta crueldade com os hormônios alheios. Antes da viagem, uma cópia secreta ... a chave do paraíso estava garantida.
E eis que chega a tão esperada tarde. É 12 dejunho, nada mais romântico.
O ato tão bravamente desejado e negociado ... é consumado! Andar de bicicletapela primeira vez também não foi fácil. Nem tão dolorido!
Não sabiam muito bem o que colocar, onde colocar , como....nem por quanto tempo.
Ela jurava que nunca mais faria aquilo, nem com ele, nem com ninguém . Claro, estava enganada. Ela fez, várias vezes depois.

FELIZ DIA DOSNAMORADOS!!!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Primaveras Sazonais



"...a vida. ela não é um mar de rosas. mas ela oferece primaveras sazonais. e cabe a nós, vivê-las bem, para no inverno, as memórias só nos proporcionem mais forças para resgatá-las em período recorde."

>>>>>>>>>>>.................................................
ganhei este comentário no último post aqui da Casinha...fiquei impressionada com a simplicidade e ao mesmo tempo a força da mensagem...obrigada "amigo Du"!

veio daqui ó:




terça-feira, 10 de junho de 2008

Incompletude

Reading by the Window" de Charles James Lewis - 1830
...................................................
O sentimento é INCOMPLETUDE!
Sensação de que há algo mais a ser do que eu simplesmente sou.
Há algo fora que ainda falta dentro de mim.
Nada ligado a outra pessoa ou bens materiais...
...é difícil encontrar...quando não sabemos o que estamos procurando...
Não me conheço.
Não conheço meus limites, mas tenho a sensação de que ainda estou muito longe deles.
Onde minhas mãos alcançam?
Qual a distância de um passo meu?
A altura que posso saltar?
A força dos meus atos e da minha omissão.
Onde pode ser ouvido o meu grito?
Qual os significados dos meus silêncios?
Sigo, Dividindo-me.
Multiplicando e me somando.
Eternamente me diminuindo.
Será isto do ser?
Será da mulher?
O que será de mim?
Será este meu caminho?
Busco em livros e filmes trechos da minha história.
Em ruas desconhecidas, as casas onde não morei.
Busco pessoas que não conheci na tentativa de resgatar trechos de histórias que não vivi.
Vivo momento de incompletude.
Momentos de quietude....e contestação silenciosa.
Busca...
enquanto isso...sigo a história...
com esta versão incompleta de mim!
..............................
A inspiração para o post verio do www.caixadeanadora.blogspot.com...onde li o trechinho abaixo:

"Há um tempo em que é preciso abandonar
as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos."


[Fernando Pessoa]

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Vivas ao Vinho!

"Do sabor das coidas... Mário Quintana

Por mais raro que seja, ou mais antigo, só um vinho é deveras excelente: aquele que bebes calmamente com o teu mais velho e silencioso amigo!"

Desejos...

"Somos incapazes de parar de desejar.... Mas é tão extenuante desejar..." (lembrando A Elegância...)."
Quero um momento de tranqüila solidão no fim do dia. Uma taça de vinho tinto na temperatura. Alguns pensamentos e o sentimento edificante do dever cumprido.
Quero silêncio e uma música mundial tocando ao fundo. Quero um livro, uma história, um persongem que me faça companhia...que viva pra sempre na minha memória.
Tenho tanta coisa...quero tanto mais!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

familias felizes ou não

Observando o comportamento das famílias do condomínio, a personagem principal da história comenta:
"Todas as famílias felizes se parecem, mas as famílias infelizes o são cada uma a seu jeito é a primeira frase de Ana Karenina...."
em..A elegância do ouriço

quinta-feira, 5 de junho de 2008

CERTEZAS

"Nunca vemos além de nossas certezas e, mais grave ainda, renunciamos ao encontro, apenas encontramos a nós mesmos sem nos reconhecer nesses espelhos permanentes. Se nos déssemos conta, se tomássemos consciência do fato de que sempre olhamos apenas para nós mesmos no outro, que estamos sozinhos no deserto, enlouqueceríamos." (A elegância...)




...não se preocupem...tá acabando o estoque das anotações sobre o livro...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O Carteiro e o Poeta



"A poesia não pertence a quem a escreveu.
Pertence a quem necessita dela..."



sábado, 31 de maio de 2008

Cotidiano

"Qual é essa guerra que travamos, na evidência de nossa derrota? Manhã após manhã, já exaustos com todas essas batalhas que vêm, reconduzimos o pavor do cotidiano, esse corredor sem fim que, nas derradeiras horas, valerá como destino por ter sido tão longamente percorrido. Sim, meu anjo, eis o cotidiano: enfadonho, vazio e submerso em tristezas. As alamedas do inferno não são estranhas a isso; lá caímos um dia por termos ficado ali muito tempo. De um corredor às alamedas: então se dá a queda, sem choque nem surpresa. Cada dia reatamos com a tristeza do corredor e, passo após passo, executamos o caminho da nossa sombria danação." (A elegância do ouriço)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Egon Schiele



"Egon Schiele (1890 - 1918), austríaco e expressionista.
Em 1907, Schiele conheceu Gustav Klimt que, interessado no seu trabalho, fez dele o seu "protegido". Ajudou-o comprando os seus trabalhos, apresentando-o a pessoas influentes, arranjando-lhe modelos, entre outras coisas.
Liberto do conservadorismo, começou a explorar mais a forma humana e também a sexualidade.

Este grande representante do expressionismo austríaco deixou trabalhos onde estavam a representados seres humanos transfigurados por sentimentos fortes implícitos no seu traço, amantes revirados em amontoados de lençóis brancos, diversas mulheres posando para ele e auto-retratos provocantes mostrando a sua visão de si (provavelmente), assim como também fez algumas paisagens e residências burguesas, nos quais exibe um estilo cuidadoso e elegante, de traços bordados, com fortes contrastes entre ocres e cores primárias. (Wikipedia) "
Impossível não se incomodar diante de tanta coisa ainda desconhecida. Sentimento de impotência perante o fato de nem saber o quanto ainda há por saber. Livros a ler, a entender. Temperos a provar, destinos a explorar.
Mariah



quarta-feira, 28 de maio de 2008

Preciosa pedrinha de Infinito

"Onde se encontra a beleza? Nas grandes coisas que, como as outras, estão condenadas a morrer, ou nas pequenas que, sem nada pretender, sabem incrustar no instante uma preciosa pedrinha de infinito?" (A elegância do ouriço...)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Eu? Uma Deusa?

"Mas, na segurança do meu espírito, não há desafio que eu não consiga enfrentar.
Indigente pelo nome, pela posição e pelo aspecto, sou, em meu entendimento, uma deusa invencível."
(A elegância do ouriço)

sábado, 24 de maio de 2008

A Arte...outros pensamentos

"Para que serve a Arte? Para nos dar a breve mas fulgurante ilusão da camélia, abrindo no tempo uma brecha emocional que parece irredutível à lógica animal.


Como nasce a Arte? Nasce da capacidade que tem o espírito de esculpir o campo sensorial.

Que faz a Arte por nós? Ele dá forma e torna visíveis nossas emoções, ao fazê-lo, apõe o selo de eternidade presente em todas as obras que, por uma forma particular, sabem encarnar a universadlidade dos afestos humanos.


O selo da eternidade...Que vida ausente essas iguarias, essas taças, esses tapertes e esses copos sugerem ao nosso coração? Além das margens do quadro, sem dúvida, o tumulto e o tédio da vida, essa corrida incessante e vã, exausta de projetos - mas, dentro, a plenitude de um momento suspenso arrancado do tempo da cobiça humana.


A cobiça humana! Somos incapazes de parar de desejar, e mesmo isso nos magnifica e nos mata. O desejo! Ele nos tranporta e crucifica, levando-nos cada dia ao campo de batalha onde na véspera perdemos mas que, ao sol, nos parece novamente um terreno de conquista, nos faz construir, quando, na verdade amanhã morreremos, impérios fadados a se tornar pós como se o conhecimento que temos dessa queda próxima não importasse à sede de edificá-los agora, nos insufla o recurso de querer também aquilo que não podemos possuir, e nos joga de manhãzinha na relva juncada de cadáveres, fornecendo-nos até a nossa morte projetos tão logo realizados e tão logo renascidos. Mas é tão extenuante desejar..."


Também extraído de "A elegância do ouriço"


terça-feira, 20 de maio de 2008

A Arte é a emoção sem o desejo






"Na cena muda, sem vida nem movimento,


encarna-se um tempo isento de projetos,


uma perfeição arrancada de uma duração e de sua exausta avidez


- um prazer sem desejo,


uma existência sem duração,


uma beleza sem vontade.




Pois a Arte é a emoção sem o desejo."

A elegância do ouriço - Muriel Barbery

"O que é preciso fazer antes de morrer, agora eu sei. Pois é: posso lhes dizer. O que é preciso viver antes de morrer é um chuva torrencial que se transforma em luz."

segunda-feira, 19 de maio de 2008

E no fundo do Guarda-Roupa...

O GUARDA ROUPA DE MARIA
PARTE I
E no meio do projeto do novo guarda-roupa de Maria.
(Eu, pensando alto... )
- Acho melhor que tenha fundo por causa da umidade da parede.
(Maria ,protestando fortemente... )
- Ah não! Sem fundo! Igual o de Nárnia.

...continua...algum tempo depois....
.
.
.
O GUARDA ROUPA DE MARIA
PARTE II
Como uma menina dos século XXI, ela não fez manha, mas
reinvindicou seus direitos, foi atrás dos seus desejos...
Procurou e encontrou o "chefe dos fazedores de armário" e batendo à sua porta...olha o que encontrou...

...clica aí...

http://mafiadospavoes.blogspot.com/2008/05/armrio-sem-fundo.html































































































domingo, 18 de maio de 2008

Calma

"Estamos vivendo a era do imediato, um desejo constante de que nossa vida se resolva num clique. Há um tempo para perguntar e outro para encontrar a resposta. A pressa e a ansiedade podem distanciá-lo ainda mais de uma reflexão produtiva. Espere e confie.

"É no silêncio e na calma que os anjos sussurram em seu ouvido",

ilustra a psicóloga Tereza Kawal, lembrando que os insights acontecem quando menos esperamos, mas sempre quando há quietude interna e tolerância para esperar. Então, tente se aquietar para entrar em sintonia consigo e abrir espaço para a tranqüilidade. "
(Revista Bons Fluídos - Maio 2008 - ...a dose certa das coisas. Texto de TAtiana Bonumá e Ana Holanda)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Guarda Roupa sem Fundo

E no meio do projeto do novo guarda-roupa de Maria.
Eu, pensando alto...
- Acho melhor que tenha fundo por causa da umidade da parede.


Maria protestando fortemente...
- Ah não! Sem fundo! Igual o de Nárnia.




sexta-feira, 9 de maio de 2008

Piscina de Arianos


13 de julho de 1940

Passeei hoje, com Ara, à tarde. Fomos pela beira do Alster. Num recanto da
margem, porto da Lombardsbrüche, para o lado de cá (da minha casa), vi uma
praiazinha para crianças. Pequenina enseada, protegida, de um lado, por um
pernambuco de pedra, ganho pelas ondas do lado, que vão e vêem por entre as
pedras, convertendo-o em cachoeira. Marrecos flutuando, dando o peito redondo ao
ímpeto em miniatura das ondas, ou mergulhando as cabeças. A 2 metros da terra, uma tela, firme em estacas.

Os garotos podem nadar ali dentro. Há um quadrado, espécie de vasto caixão de areia, para os garotos brincarem. Perto, os salgueiros-chorões. Ondazinhas vêm lamber a praia de brinquedo.

E...mas...para estragar toda a mansa poesia do lugar: arvoraram, num poste, uma taboletazinha amarela:

"Lugar de brinquedo para crianças arianas"...

Guimarães Rosa... Inédito em livro até hoje, o diário foi escrito entre 1939 a 1941, muito antes de o autor mineiro publicar sua primeira obra . Rosa trabalhava como cônsul-adjunto no consulado brasileiro de Hamburgo, onde ficou até 1942.

Mensagens

do outro lado me pedem PACIÊNCIA.
alertam-me para o fato de eu não ser dona da verdade.
da necessidade urgente que tenho de lidar com contestações.
das provas do dia-a-dia.
das pessoas que chegam...das que vão...das que, apenas passam, talvez para me mostrar alguma coisa.
enquanto isso a vida corre e eu permaneço com esta sensação esquisita de que algo sempre está para acontecer.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Ainda é cedo amor...

"Ainda é cedo amor...mal começaste a conhecer a vida!"
(Cartola)

Um vídeo lindo na casa do Juan

Despacha-te


Me fascina a arte que deseja,
simplesmente,
poetizar um momento!
Há um tempo visitei um blog que me fascinou.
Pedi para colocar aqui e ela http://despacha-te.blogspot.com/
mui gentilmente permitiu.
Os desenho são maravilhosos!