terça-feira, 15 de julho de 2008

bebi uma taça de vinho...ok, um "pouquinho" mais que uma taça
na verdade. Carmenère delicioso numa das taças (de um jogo de 6) que ganhei da melhor amiga que uma mulher poderia ter .


Quanto bebo me dá vontade de escrever. Se eu fosse uma escritora, isso se chamaria "inspiração"...para mim, o nome é "irresponsabilidade".



Escrevo por impulso, muitas vezes como falo ...tantas vezes por impulso. Não preparo o tema, não pesquiso, não consulto no dicionário a grafia correta das palavras (isso vocês já devem ter percebido por aqui). Não tenho paciência para procurar a fotografia certa, quando encontro alguma boa, nunca coloco a fonte (o que considero um erro imperdoável).


Quando bebo a coisa fica mais séria, ocasionalmente acabo perdendo o pouco de censura que me resta...e acabo sendo...irresponsávelmente "reveladora"....sinto que hoje será uma dessas situações, para o bem ou para o mal.



Estou sozinha, fato tão raro e desejado. A sala com quase 30 metros é pequena para a solidão que tanto desejo. A TV exibe "E o Vento Levou"...minha taça (o presente da prima-amiga) anda comigo pela casa...escura e silenciosa...como deve ser a solidão.



Há 20 anos eu já via "E o Vento Levou" (visto que, na época eu tinha 16 anos de idade, isto pode ser considerado normal?). Foi nessa época que, sabe lá Deus o porquê, o filme se tornou um dos meus favoritos. Minhas amigas assistiam "Dirty Dancing" e eu queria ver Scarlat dizendo "eu nunca mais passarei fome"... Naquela época os mais observadores já viam em mim indícios de uma mulher...que não seguiria pela estrada da normalidade.



Há 20 anos eu não imaginava minha vida como ela é hoje, não planejei nada disso...talvez nem conseguisse imaginar uma vida tão boa assim. Eu, numa terça feira com uma taça de vinho e cheiro de canela numa sala vazia com uma parede vermelha e solidão.


Não, eu não tenho dinheiro. Tenho mais dívidas do que poderia pagar, consumo mais do que deveria e menos (muito menos) do que gostaria...gosto sim de coisa boa, e daí?


Já tenho meus 36 anos, uma carreira estressante e interessante, promissora se não acabar comigo antes, muitos "conhecidos", alguns amigos.


Vejo nas realizações de Maria os meus próprios sonhos sendo realizados e tenho muito medo das suas inseguranças. Gostaria que ela não tivesse medo de nada, mas tenho consciência dos medos que tantas vezes eu tenho (até hoje) .


Hoje vivo a "verdade libertadora" que não almejei mas que me é tão bem vinda.
"Reapaixonei-me" pelo primeiro homem da minha vida e hoje revivo uma história de amor. O melhor amigo, o melhor marido e o melhor amante...


Gostaria de ter alguns quilos a menos, algumas horas a mais para mim. Gostaria de ter uma memória melhor para nomes, datas e números, e uma memórias pior para todas as outras coisas.


Minha vida é feita de uma rotina maravilhsosamente gostosa...amanhã tenho que comprar cenouras, cheiro verde e cebola...


Acho que o saldo é positivo!

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