quinta-feira, 29 de março de 2012

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"Há tanto tempo que eu te amo"
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Numa noite insone, recomeços me assombram. Tenho o mau traço de não terminar o que começo. Coleciono, durante a história da minha vida, muitos inícios sem finais. Mas agora, recomeços me assombram. Gritam na minha consciência. Não permitem que eu fique indiferente. Me chamam, gritam por mim...Socorro. Estamos aqui te esperando.
Tenho mais medos que coragem. Tenho mais dúvidas que certezas. Acho que, enfim, aprendi que isso é a vida real, um punhadinho de dúvidas nos cutucando o tempo todo, igual etiqueta de blusa.

sábado, 24 de março de 2012

Uma lágrima no diário!

Em 28 de março de 1941, Virginia Woolf encheu os bolsos de pedras e entrou no rio Ouse. O marido, Leonard Woolf, era obsessivamente meticuloso, e manteve na vida adulta um diário no qual registrava todos os dias as refeições e a quilometragem do carro. Aparentemente, não houve nenhuma diferença no dia em que sua mulher se suicidou: ele registrou a quilometragem do carro. Mas, diz sua biógrafa Victoria Glendinning, a página dessa data está borrada, com 'uma mancha amarela pardacenta que foi esfregada ou enxugada. Podia ser chá, café ou lágrimas. É o único borrão em todos os anos de um diário impecável.' (Como funciona a ficção - James Wood)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Medianeras
Buenos Aires na Era do Amor Virtual
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Às vezes a gente pega um filme. Às vezes um filme pega a gente. Meus melhores momentos com eles são sempre nas minhas madrugadas solitárias.
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Na minha família sou referência em matéria de filme. Basta dizer que gostei, para que todos coloquem na lista dos filmes que NUNCA IRÃO VER. Me divirto com isso e acirro a cada dia esse meu gosto considerado "Excêntrico" pelo meu grupo.
Paraíso a Oeste
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Às vezes, muitas vezes, a gente se sente perdido nos caminhos. Encontra becos sem saída, se sente perseguido, perde o casaco, conta com a solidariedade de estranhos, toma chuva e come restos. Às vezes a gente tem que correr, fugir, de tudo e de si mesmo a procura de "Mágica".
Um dia, depois de tanto correr, a gente descobre que a mágica, aquela em qual a gente acreditava, na verdade não existe...mas, de qualquer forma, guarda a varinha mágica e segue caminhando em direção à Torre.

segunda-feira, 19 de março de 2012

UM DIA
(DAVID NICHOLLS)
Uma data específica na vida de um casal de amigos...por vinte anos consecutivos.
Amores, família, tragédias pessoais, encontros e desencontros.
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LIBERDADE
(JONATHAN FRANZEN)
Um casal de amigos, um melhor amigo. Filhos, amantes.
Amores, família, tragédias pessoais, encontros e desencontros.
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A SOLIDÃO DOS NÚMEROS PRIMOS
(PAOLO GIORDANO)
Um casal de amigos.
Amores, tragédias pessoas marcando vidas. Encontros e desencontros.
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Os últimos 15 dias foram produtivos em matéria de leitura e de tragédias pessoais.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Pé pra cima

tinha um bueiro no meio do (meu) caminho, no meio do (meu) caminho tinha um bueiro. um bueirinho muito do safadinho, causador de uma imprevisível depressão no asfalto que, agindo em conjunto com meu chinelão, meu causou um baita acidente.
mas como dizem os mais otimistas, entre os quais eu me enquadro - "há males que vêm para o bem" - além de ter beijado o asfalto Carioca, que eu tanto almejava pisar durante meus suados 40 aninhos, ainda fui gentilmente aparada por um bêbado dançarino; assistida de camarote por uma platéia que há alguns segundos ouvia animada Tom e Vinícius numa calçada salpicada de pedrinhas pretas e brancas; e ainda, de quebra, ganhei um tour surpresa por um PS do Rio. quer mais emoção que isso? (piadinhas idiotas à parte, fui muito mais bem atendida do que tenho sido em SP em PSs da mesma rede, inclusive...só para constar).
mas ganhei carinho, fui mimada e vi o Rio de dentro da janela do Taxi do Carlinhhos. que me colocou no "colo" e me mostrou o "seu Rio"...suas praças com parquinhos, suas ladeiras de pedrinhas, seu Cristo, sua lagoa, sua Urca e a mureta da praia, seu Jocquey e sua Catedral, seu sambódromo, os arcos da sua Lapa.
de volta a SP, pé pra cima e 2 semanas em casa. pensando na vida. nunca na minha vida tinha tirado uma licença tão extensa. (nem mesmo no nascimento de Maria, conto essa história num outro post). fato é que gostei de estar em casa. gostei de ser mãe e dona de casa em período integral e isso me fez pensar em quantas vezes duvidei que pudesse gostar desse papel. o tempo passa e a vida segue ensinando...sempre e pra sempre.
gostei de acordar sem pressa e aproveitar mais um minutos de preguiça na cama vazia da manhã solitária. gostei de tomar meu café na minha varanda, tomar meu suco de laranja e comer minha torrada com geléia de morango...sentindo o perfume das minhas árvores. gostei de andar pela casa procurando o que fazer, bibelôs para arrumar, fotos para trocar nos porta-retratos, receber as correspondências do zelador, ouvir os barulhos diurnos dos apartamentos vizinhos, ver Maria chegando da escola de rosto vermelho de calor e ir largando a mochila e os tênis em qualquer lugar (eu fazia isso há tão poucos anos), gostei de cuidar de mim em tratamentos de beleza demorados e secretos, gostei de ler com tranquilidade sem barulhos, horários ou luz controlada, gostei de ir e vir pelo corredor e rever um milhão de vezes as mesmas fotos no meu mural, gostei dos bate papos com a Socorro e de saber um pouco mais da sua vida , gostei de poder tomar banho de Sol no meio da manhã sem culpa, gostei de não precisar sofrer com os horários mais concorridos da manicure, gostei de estar sozinha e de ter tempo para os meus próprios planos, gostei de planejar cardápios diários, voltar a fazer gelatina e receber meu amor no final do dia, gostei de respirar devagar, tomar banho devagar, ler devagar, poder perder tempo com péssimos filmes japoneses e franceses, comer devagar, pensar devagar, viver devagarinho.

terça-feira, 13 de março de 2012

Rio de Janeiro - Minha primeira vez

Um Rio, um cenário verde lindo que rodeia um mar.
Montanhas cinematográficas que me emocionam
e podem ser cenário para qualquer capítulo de uma vida....em qualquer vida.
É como se, do alto da montanha mais alta,
um Cristo de pedra gigante, de braços abertos dissesse ao mundo:
"É tudo meu, meu pai que fez".

segunda-feira, 12 de março de 2012

"De fato, não existe nada mais deplorável do que, por exemplo, ser rico, de boa família, de boa aparência, de instrução regular, não tolo, até bom, e ao mesmo tempo não ter nenhum talento, nenhuma peculiaridade, inclusive nenhuma esquisitice, nenhuma idéia própria, ser terminantemente "como todo mundo". Ter riqueza, mas não do tipo Rothschild; a família é honesta, mas nunca se distinguiu por nada; aparência boa, mas muito pouco expressiva; boa instrução, mas não sabe em que empregá-la; tem inteligência, mas sem ideias próprias; tem coração, mas sem magnanimidade et. etc. em todos os sentidos. No mundo existe uma infinidade extraordinária de pessoas assim e até bem mais do que parece; como todas as pessoas, elas se dividem em duas categorias principais: umas limitadas, outras "bem mais inteligentes". As primeiras são mais felizes. Para um homem "comum" limitado, por exemplo, não há nada mais fácil do que se imaginar um homem incomum e original e deliciar-se com isso sem quaisquer vacilações. Bastaria a algumas das nossas senhorinhas cortas os cabelos, pôr óculos azuis e chamar-se de niilistas para se convencerem imediatamente de que, de óculos, elas passariam imediatamente a ter suas próprias "convicções". A um bastaria apenas sentir no coração um pinguinho de algo derivado de alguma sensação humana e boa para logo se convencer de que ninguém sente como ele, de que ele é avançado em seu desenvolvimento. A outro bastaria adotar em palavra algum pensamento ou ler uma paginazinha de alguma coisa sem princípio nem fim para acreditar imediatamente que esses "são seus próprios pensamentos" e brotaram do seu próprio cérebro. O descaramento da ingenuidade, se é que se pode falar assim, chega ao surpreendente nesses casos; tudo isso é inverossímil, mas se encontra a cada instante.
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O problema é que o homem "comum" inteligente, ainda que de passagem (e talvez até durante toda a sua vida) tenha se imaginadao um homem genial e originalíssimo, mesmo assim conserva em seu coração o vermezinho da dúvida, que chega a tal ponto que o homem inteligente às vezes termina em absoluto desespero; se fica resignado, já o faz totalmente envenenado pela vaidade interiorizada."
(O Idiota - Dostoievski)

quinta-feira, 8 de março de 2012

16 anos depois!

no texto de alguns dias atrás, onde eu falava sobre o dia do meu casamento,
um amigo querido perguntou..."Mas foram felizes para sempre?"
A pergunta me inspirou um novo texto...
e acho que nesse, a pergunta ficará respondida.
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ele aprendeu a não por manteiga no meu pão,
eu aprendi a respeitar a mania que ele tem de por queijo ralado em tudo.
ele convive bem com minha neura quanto a portas abertas,
eu aprendi que ele não dorme com blusas de decote "v".
ele respeita as dificuldades e limitações dos meus pais,
eu aprendi a amar a mãe dele.
ele ainda ri do meu pânico por bichos de pena,
eu ainda acho que ele é um leão.
ele respeita a minha preferência pelo escuro,
eu acendo a luz quando quero surpreendê-lo.
ele censura meus decotes,
eu aprendi a me divertir com seus olhares furtivos nos decotes alheios.
ele se acostumou com os carinhos do jeito que eu gosto,
eu me acostumei ao jeito dele de gostar de todos os carinhos.
ele aprendeu a amar as minhas irmãs,
eu amei o irmão que ele me deu de presente.
ele passou a admirar minhas unhas pintadas de vermelho,
eu sou apaixonada pelos seus primeiros cabelos brancos.
ele aprendeu que meu sorvete é sempre de chocolate,
eu que ele gosta de dirigir em silêncio.
ele entende minha paixão por Tom e Vinícius,
eu apoio suas viagens interplanetárias.
ele passou a andar mais devagar para me esperar,
eu aprendi a sempre segurar sua mão para não me perder.
ele aprendeu a respeitar minha solidão compulsória,
eu aprendi a ouvir seu rock and roll.
ele me ensinou o que é amor eterno,
eu aprendi direitinho.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Das coisas que me ganham!

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Me ganha a pessoa que senta do meu lado numa festa ou num samba (samba, do bom, antigo, me ganha) e, simplesmente, continua uma conversa. Aquele tipo de conversa de conhecidos de anos. Aquela que engata de algum caso (esquecido) de um passado que não lembramos de ter vivido.

A intimidade me ganha. Se puder falar alguns palavrões e fazer um pouco de piada a respeito de si mesmo, ainda melhor.

Me ganha quem limpa a tampa da latinha da cerveja pra mim. Já me ganhou quem sabe que só tomo cerveja na latinha. E que ela nunca pode ser Itaipava.

Me ganha quem canta o mesmo samba que eu. Me ganha também quem nem gosta de samba mas fica silencioso ao meu lado, curtindo meu prazer.

Me ganha quem sabe que minha pizza não pode ter catupiry, que meu temaki não pode ter cream cheese e que minha roupa nunca é amarela.

Me ganha gente que ouve. Que sabe esperar até o ponto final da frase. Gente que me dá feedback com movimentos leves de cabeça ou de olhar. Mas, se não concordar comigo, melhor. Me ganha quem sabe somar sua opinião à minha. Me ganha quem me deixa somar minha opinião à sua.

Me ganha quem me comenta suas leituras e me indica seus livros.

Me ganha quem me cumprimenta com abraço. Quem sabe escrever a grafia correta do meu tão complicado nome. Me ganha quem me chama de "querida", de "amiga" ou de "cuzona". Me ganha quem diz ter saudade de mim e nem precisa ser sincero. Me ganha quem me fala olhando nos olhos.

Me ganha quem me conta problemas cotidianos e crises conjugais. Me ganha quem diz que, mesmo que as coisas não estejam bem, elas irão melhorar.

Me ganha quem sofre e precisa da minha ajuda. Me ganha, pra sempre, quem pede meu socorro. Me ganha quem sabe fazer com que me sinta viva por saber fazer com que me sinta útil, quase imprescindível. Me ganha quem me pede ombro. Claro, também me ganha também quem me dá ombro. Me ganha quem sabe me dar broncas.

Me ganha quem tira o sapato na minha casa e se senta no chão. Quem sabe a história do meu relógio cuco, da minha sopeira e da minha poltrona de leitura.

Me ganha quem se dá o direito de se mostrar com defeitos para mim. Me ganha quem conta suas própria mazelas, seus planos frustrados, seus sonhos inatingíveis, seus amores não correspondidos, suas invejas, algum podre. Me ganha quem é tão imperfeito quanto eu.
Publicado originalmente em 10/10.

sexta-feira, 2 de março de 2012

2 de março de 1996

há 16 anos eu era uma adolescente tardia de 24 anos. tinha todas as certezas do mundo. a vida traçada numa planilha de excell com pequena margem percentual para variantes de insucesso.

naquela manhã de março, acordamos cedo, vestimos roupas despojadas e nos reunimos em frente a um juíz de paz num cartório do bairro. numa sala quente, com um buquet de flores de plástico e achando tudo muito engraçado, colocamos nossas assinaturas inseguras num contrato e partimos para nos preparar para a grande festa das nossas vidas.

enfurnada num salão de beleza junto com outras noivas neuróticas eu seguia o script. uma das noivas assistia apaixonada a um programa de vídeo clips onde o noivo, DJ, dedicaria a elas músicas românticas. outra, mais nova e de cabelos cuidadosamente cacheados, chorava decepcionada com o buquet. eu, me enchia de deliciosos pães de queijo e suco de laranja.

o vestido era uma versão pioneira de reciclagem. usado pela irmã três meses antes, tinha sido virado ao avesso, do lado onde o tecido era mais fosco, mais discreto. nessa superfície de segunda mão, foram pregadas quatro mil pérolas. tardes e tardes de um ritual familiar mágico regado a café e muita emoção, eu e minha mãe nas últimas confidência pré matrimoniais. metros e metros de linha cor de pérola. rendas cortadas em charmosos medalhões iriam decorar toda a barra que depois seria pisada pelos mais de 300 convidados.

uma macha vermelha de ousadia. um buquet de rosas vermelhas, compacto, seguro. lindo. um detalhe surpreendente num roteiro de vida tão previsível.

conduzida pelos braços carinhos de um pai com olhos emocionados, ao abrir do grande portal, um corredor interminável margeado de muitos rostos conhecidos e carinhosos. em passos seguros, como quem caminha para o futuro, desenhamos nossos passos no grande tapete vermelho e entreguei minha testa ao beijo do homem que seria, para sempre, o homem da minha vida.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A máquina de fazer espanhóis - Valter Hugo Mae



"a máquina de  fazer espanhóis"
Valter Hugo Mae

num primeiro namoro a página assusta. não há parágrafos, nem a letra maiúscula que anuncia o início da sentença. não há dois pontos, travessão na outra linha.
ENCANTADOR!
um livro que me fez chorar e chorar de rir. em algumas situações até na mesma página.
abaixo, alguns trechos pinçados...
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"criei um pequeno embalo, como para confortar. vai ficar tudo bem, vai correr tudo bem. o que era impossível, e o impossível não melhora, não se corrige."
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"com a morte, também o amor devia acabar. acto contínuo, o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sentimento que até ali nutrira pela pessoa que deixou de existir. pensamos, existe ainda, está dentro de nós, ilusão que criamos para que se torne todavia mais humilhante a perda e para que nos abata de uma vez por todas com piedade. e não é compreensível que assim aconteça. com a morte, tudo o que respeita a quem morreu devia ser erradicado, para que aos vivos o fardo não se torne desumano. esse é o limite, a desumanidade de se perder quem não se pode perder. foi como se me dissessem; senhor silva, vamos levar-lhe os braços e as pernas, vamos levar-lhes os olhos e perderá a voz, talvez lhe deixemos os pulmóes, mas teremos de levar o coração, e lamentamos muito, mas não lhe será permitida qualquer felicidade de agora em diante."
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"é só não nos tornarmos  perigosos porque envelhecer é tornarmonos vulneráveis e nada valentes, pelo que enlouquecemos um bocado e somos só como feras muito grandes sem ossos, metidas dentro de sacos de pele imprestãveis que já não servem para nos impor verticalidade nem nas mais pequenas batalhas, como faria falta ferrarmos toda a gente e vingarmo-nos do mundo por manter as primaveras e a subitamente estúpida variedade das espécies e as manifestações do mar e a expectativa do calor e a extensão dos campos e as putas das flores e das arvorezinhas cheias de passarinhos cantantes aos quais devíamos torcer o pescoço para nunca mais interferirem com as nossas feridas mais profundas."
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"a laura morreu, pegaram em mim e puseram-no no lar com dois sacos de roupa e um álbum de fotografias. foi o que fizeram. depois, nessa mesma tarde, levaram o álbum porque achavam que ia servir apenas para que eu cultivasse a dor de perder a minha mulher."
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"um problema com o ser-se velho é o de julgarem que ainda devemos aprender coisas, quando, na verdade, estamos a desaprendê-las, e foz todo o sentido que assim seja para que nos afundemos inconscientemente na iminência do desaparecimento. a inconsciência apaga as dores, claro, e apaga as alegrias, mas já não são muitas as alegrias e no resultado da conta é bem-visto que a cabeça dos velhos se destitua da razão para que, ta~do de frente à morte, não entremos em pânico."
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"o ser humano é só carne e osso e uma tremenda vontade de complicar as coisas."
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"eu precisava desse resto de solidão para aprender sobre este resto da companhia."
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"nunca eu teria percebido a vulnerabilidade a quem um homem chega perante outro. nunca teria percebido como um estranho nos pode pertencer, fazendo-nos falta. não era nada esperada aquela constatação de que a família também vinha de fora do sangue, de fora do amor ou que o amor podia ser outra coisa, como uma energia entre pessoas, indistintamente, um respeito e um cuidado pelas pessoas todas."