Hoje, vivo uma despedida. Quero escrever o texto enquanto a despedida acontece. É uma despedida de um dia inteiro. Uma despedida que começou a cerca de dois meses.
Aos poucos vou me despedindo da mesa azul que suportou meu notebook e tantos dos meus devaneios literários. Despeço-se dos três grandes armários de aço e suas seis imponentes portas. Sempre fechadas, sempre trancadas e sempre me observando. O pequeno arquivo de aço encostadinho tímido no canto da sala. Sempre quieto, quase vazio e também trancado.
Deixo hoje aqui nessa sala ampla de carpete cinza muitas boas lembranças. Aprendizado importante na minha vida. Tolerância, compreensão, paciência e dedicação.
Despeço-me silenciosamente da janela que me fez companhia durante esses anos. Uma janela de paisagem entristecida. Muitas casas, crianças, cachorros e vendedores ambulantes. Sentirei falta de cada janela.
Foi uma época difícil da vida fácil que vive. A mais difícil de todas. Muitas vezes, as paredes brancas da sala solitária, acolheram algumas lágrimas silenciosas minhas e souberam guardar segredo de alguns momentos de desesperança. Tudo fica aqui, guardado. E eu vou....embora.
Parto, agora livre de medos, para o futuro. Que não sei exatamente qual será. Mas sei que será.
Como li há poucos dias num dos meus favoritos filmes..."não há certezas, só oportunidades".
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