quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

"Mas então a paisagem ficou irreconhecível, e entendi que havia ultrapassado todos os limites anteriores. Já ouvi pessoas descreverem o momento em que o barco abre as velas, o momento em que finalmente se perde a visão da terra. Imagino que a experiência de inquietação misturada com alegria que sempre acompanha a descrição desse momento seja muito semelhante ao que senti no Ford, quando a paisagem em torno ficou estranha para mim. Isso aconteceu logo depois que fiz uma curva e me encontrei em uma estrada que circundava a encosta de uma colina. Dava para sentir o íngreme precipício à minha esquerda, embora não pudesse vê-lo por causa das árvores e da densa folhagem que ladeava a estrada. Fui domado pela sensação de que havia realmente deixado Darlington Hall para trás e devo confessar que senti um ligeiro sobressalto - sensação agravada pela desconfiança de que talvez não estivesse na estrada certa, e sim correndo na direção errada, para algum ermo. Foi só uma sensaçao momentânea, mas me fez reduzir a marcha, E, mesmo depois de ter me certificado de que estava no caminho certo, me vi compelido a parar o carro um momento para fazer um balanço, por assim dizer."

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