segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O tempo passa...

O tempo passa. Sábia constatação. Passa rápido. Por cima da gente, inclusive, se a gente não ficar esperto. Atropela sonhos, expectativas, esperanças, saudades, distâncias. Ele passa. Passa e leva no vácuo algumas certezas. Leva lembranças. Deixa um gosto esquisito de esquecimento.
O tempo passa. Há pouco que se possa fazer. Ele deixa marcas nas paredes, ao redor dos olhos, nas páginas amarelas, nos furos das roupas, na nata do leite.
Tenho pensado muito nisso. No tempo que passa. Eu passando com o tempo. O tempo que é tão pouco para algumas pessoas. O tempo que nos afasta. O tempo que rouba a intensidade daquele primeiro momento. Um tempo tão pequeno para um primeiro momento.
O tempo que seca a roupa na corda do varal. O tempo da música. Do beijo. Do adeus. Do esquecimento. O tempo da amiga que se foi. O tempo que não cura tudo.
Será o tempo que me assusta ou será a falta dele?
O tempo que passa e eu que não faço nada com ele. O tempo que encolhe e me assusta. Meus sonhos já não cabem dentro do tempo que tenho. Meus sonhos não encolheram com o tempo. Ilusão. Ilusão ficou grande demais para o tempo que já não tenho. Passou.

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