segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Nosso Clube de Leitura!

Há nos procurava participar de um clube de leitura. Um grupo que pudesse botar fermento nos meus pensamentos. Fazer mexer a massa. Fazer a coisa crescer.

Nos últimos meses, devido a desvios que a vida nos apresenta e que a gente tem coragem de trilhar, acabei caindo em um - e o melhor.

Num grupo, a maioria meninas, a coisa brota, cresce e como dá flores. Amando.
Já foram 2...outros virão!



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Literatura!

enveredando-me, ainda em passos inseguros, nos meandros da literatura, já consigo perceber que o que me traz água a boca e lágrimas aos olhos, são sempre os menores detalhes. os detalhes que moram na simplicidade. são as pitadas de tempero amarelo. a jaboticaba presa no tronco da árvore que faz sombra à mesa do café. a orelha dobrada da página que diz tudo. a xícara de ágatha. os cachos definidos desenhando o travesseiro. o pedido de conselho. a vela em castiçal colorido sobre a mesa do jantar. o croché da barra do pano de prato. o aroma de canela que dança na sala no final da tarde. a roda das novas amigas. o sol por trás das árvores na janela da sala. dançando com Flaubert, Machado, Virgínia e Clarice, percebo-me uma personagem longe dos grandes heróis e cada vez mais próxima das grandes simplicidades....do simplesmente indispensável...das alegrias simples, das simples afeições...do simples sentimento que muda tudo e que, ao mesmo tempo, torna tudo tão simples.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Dançando com Lobos!

Sonhei com lobos. Eram 3 jaulas: uma com um lobo jovem; uma com um casal de lobos adultos; uma com um lobo velho.

Não lembro de nunca antes na minha vida ter sonhado com lobos. No meu sonho, eu tinha que protegê-los, ao mesmo tempo em que era protegida por eles. Eles eram pequenos e grandes. Eu era pequena e grande no meu sonho. Um deles era pequeno e indefeso. Dois eram grandes, um casal. O terceiro, um lobo velho, doente.

Consegui tirar o pequeno da sua jaula arrombando-a com uma chave de fenda de ponta redonda e enferrujada. O pequeno, ao sair da jaula, tornou-se grande. Apresentando-o a alguém, o vi crescer e ficar belo. Assim, como mágica. Foi crescendo, ficando bonito e "cheio de vida". Apesar do meu esforço desesperado, não conseguia encontrar quem pudesse me ajudar a abrir a jaula do casal adulto. Eles permaneciam lá. Deitados, cansados, com aparência doente. A chave que usei para abrir a jaula do menor não servia para abrir a jaula dos maiores. Eles me pediam socorro com olhar sofrido. Eu me desesperava no sonho, pois sabia que precisava da ajuda deles.

Apesar de, no sonho, ter consciência da existência do lobo velho, optei por me dedicar a salvar os mais jovens. No meu íntimo sofria pelos mais velhos, mas a minha razão pedia para defender os adultos, pois eram fortes e dois. Racionalmente eles me dariam mais proteção.

No sonho eu vestia a roupa que pretendia vestir hoje. Isso me deixava aflita. O tempo todo pensava que sujaria a roupa e como iria poder trabalhar toda suja?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Eu sou urgente!

Eu sou urgente. Inesperada. A vida não permite que eu seja tudo o que eu quero ser. O dia me tolhe os vôos. Me desdobro em duas. Me multiplico em desejos frustrados. Duas fantasias, duas expectativas, duas esperas. Quinze para as duas ou duas e meia. Duas vírgulas sem ponto final. Na pressa, corro. No correr prendo a manda da blusa na maçaneta. Perco meus sonhos no congestionamento da vida real. Rasgo a blusa e mato o sonho. Sigo em frente. Segunda marcha. Quase lenta. Eu sou urgente, surpreendentemente previsível. Sou simples. Clara. Claro.