
ANDO COM PREGUIÇA DE GENTE!
(esclarecendo que esta imagem não é minha, surgiu de uma outra pessoa numa conversa nesta semana)
Sei muito pouco, mas o pouco que sei me torna incapaz de, simplesmente, assistir à vida sem ter a seu respeito o mínimo de visão crítica (mesmo que seja a minha visão crítica, totalmente despretenciosa de ser a verdade). Crítica talvez até demais para alguém que comete todos os erros que pessoas normais comentem e mais alguns que pessoas normais não cometem. Entre eles, a falha bíblica de ser humana e de ter contra mim a triste sina do livre arbítrio. Eu erro. O tempo todo. Em gestos, palavras (principalmente palavras), silêncios, sentimentos, avaliações, críticas, mágoas, saudades, cor do esmalte, corte de cabelo e qualquer outro gesto passível de erro. Eu erro. Hoje em dia temos tudo a nosso favor. Acesso irrestrito a um número incontável de fontes, liberdade de opinião, intercâmbio entre as classes, tv por assinatura com 1.300 canais, sebos de livros a 1,99. Há poucos anos assistíamos a sacrifícios de homens em arenas. Há poucos anos queimávamos bruxas em fogueiras. Hoje tudo tornou-se preguiçosamente fácil. Difícil para para deglutir o que nos é apresentado. Melhor repetir frases feitas. Melhor pensar o pensamento de quem já se deu o trabalho de pensar por nós. Mas não foi justamente por este direito que lutamos por tanto tempo? Nos tornamos a geração "Copia e Cola"! "As pessoas têm me dado preguiça". Alguém, muito mais sábio que eu, me disse isso esta semana. Achei genial. Pessoas e seus velhos dramas. Suas vidas tão difíceis na classe econômica. As baixas temperaturas de Paris no outono. Seus planos de carreira. Suas malas de rodinhas. Seus príncipes encantados poliglotas. Budgets, slots, iphones, plrs, fingers food...e tantas outras siglas para não dizer nada. Falar tanto para não dizer nada. Os discursos vazios (talvez como esse texto) têm me dado muita preguiça. Há alguns anos, num "petit comitê" numa apartamento com sofá laranja e um puff feito de um tronco de árvore, ouvi alguém (na época uma atriz do décimos time da Globo) contar que conhecia alguém que só tem 3 amigos. Sim, simples, só tem 3 amigos. Se alguém mais quisesse ser seu amigo teria que esperar uma vaga. Ela defendia a idéia dizendo que é impossível se dedicar a mais de 3 amigos. Pelo menos a dedicação que se espera de um verdadeiro amigo. Hoje em dia começo a dar razão a ela. Pra que colecionar tantos amigos? Precisamos de tantos amigos? Não, eu pelo menos não preciso. Preciso é de verdadeiros amigos. Amigos que não me dêem preguiça! Amigos com quem eu chore, mas também sorria junto. Amigos que não me dêem preguiça! .............................. Não sou de me arriscar em textos longos e polêmicos, mas o número reduzidíssimo de leitores desse blog me permite a liberdade de pensar um pouco aqui...no meio dessa madrugada solitária!