sábado, 30 de abril de 2011

Pregiça de Gente


ANDO COM PREGUIÇA DE GENTE!
(esclarecendo que esta imagem não é minha, surgiu de uma outra pessoa numa conversa nesta semana)
Sei muito pouco, mas o pouco que sei me torna incapaz de, simplesmente, assistir à vida sem ter a seu respeito o mínimo de visão crítica (mesmo que seja a minha visão crítica, totalmente despretenciosa de ser a verdade). Crítica talvez até demais para alguém que comete todos os erros que pessoas normais comentem e mais alguns que pessoas normais não cometem. Entre eles, a falha bíblica de ser humana e de ter contra mim a triste sina do livre arbítrio. Eu erro. O tempo todo. Em gestos, palavras (principalmente palavras), silêncios, sentimentos, avaliações, críticas, mágoas, saudades, cor do esmalte, corte de cabelo e qualquer outro gesto passível de erro. Eu erro. Hoje em dia temos tudo a nosso favor. Acesso irrestrito a um número incontável de fontes, liberdade de opinião, intercâmbio entre as classes, tv por assinatura com 1.300 canais, sebos de livros a 1,99. Há poucos anos assistíamos a sacrifícios de homens em arenas. Há poucos anos queimávamos bruxas em fogueiras. Hoje tudo tornou-se preguiçosamente fácil. Difícil para para deglutir o que nos é apresentado. Melhor repetir frases feitas. Melhor pensar o pensamento de quem já se deu o trabalho de pensar por nós. Mas não foi justamente por este direito que lutamos por tanto tempo? Nos tornamos a geração "Copia e Cola"! "As pessoas têm me dado preguiça". Alguém, muito mais sábio que eu, me disse isso esta semana. Achei genial. Pessoas e seus velhos dramas. Suas vidas tão difíceis na classe econômica. As baixas temperaturas de Paris no outono. Seus planos de carreira. Suas malas de rodinhas. Seus príncipes encantados poliglotas. Budgets, slots, iphones, plrs, fingers food...e tantas outras siglas para não dizer nada. Falar tanto para não dizer nada. Os discursos vazios (talvez como esse texto) têm me dado muita preguiça. Há alguns anos, num "petit comitê" numa apartamento com sofá laranja e um puff feito de um tronco de árvore, ouvi alguém (na época uma atriz do décimos time da Globo) contar que conhecia alguém que só tem 3 amigos. Sim, simples, só tem 3 amigos. Se alguém mais quisesse ser seu amigo teria que esperar uma vaga. Ela defendia a idéia dizendo que é impossível se dedicar a mais de 3 amigos. Pelo menos a dedicação que se espera de um verdadeiro amigo. Hoje em dia começo a dar razão a ela. Pra que colecionar tantos amigos? Precisamos de tantos amigos? Não, eu pelo menos não preciso. Preciso é de verdadeiros amigos. Amigos que não me dêem preguiça! Amigos com quem eu chore, mas também sorria junto. Amigos que não me dêem preguiça! .............................. Não sou de me arriscar em textos longos e polêmicos, mas o número reduzidíssimo de leitores desse blog me permite a liberdade de pensar um pouco aqui...no meio dessa madrugada solitária!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Luna Clara - Adriana Falcão


e eu que andava tão precisada de um pouco de doçura...
peguei emprestado o presente de Maria (dado pela prima confidente querida)...
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LUNA CLARA & APOLO ONZE (Adriana Falcão)
"Luna Clara crescia, Odisseia chorava, Divina ria, Aventura esperava, Seu Erudito comprava livros, mais livros e colecionava novas histórias.
Até que resolveu arranjar uma biblioteca para ter onde guardá-las.
Ele estava mais do que convencido de que as histórias ficam em maior segurança nos livros do que na cabeça da gente, por mais dura que ela seja.
Comprou uma casa, um pouco adiante, na mesma rua, e escreveu na porta: Biblioteca Nacional.
Adquiria livros velhos, soprava, limpava, encapava de novo, e eles ficavam novinhos em folha. Aceitava doações. Fazia até negócios internacionais, tanto é que conseguiu importar um exemplar antiquíssimo de Romeu e Julieta, escrito em inglês arcaico, em homenagem a seu falecido avô, Arcaico, o Antigo.
Quanto mais as estantes ficavam cheias, mais tempo Seu Erudito passava na biblioteca.
Até que foi morar lá de vez.
Queria um espaço só seu para receber os amigos.
Os Três Mosqueteiros, por exemplo, fugiam da sua história para fazer uma visita, muito frequentemente.
Depois do almoço, Seu Erudito brincada de "o que é o que é" com Sherlock Holmes. Tinha que admitir, porém, perdia sempre.
Odiava o Coelho Maluco e aquela sua mania de apressar os outros.
Gostava muito de palestrar com Romeu, mas discordava radicalmente das ideias de Julieta, é evidente que aquela história de se fingir de morta não havia de dar certo. Então consolava Frei João, o pobre rapaz que foi levar uma mensagem de Julieta para Romeu, mas não executou o seu serviço por uma dessas coincidências do destino. (Bem na hora que uma moça apareceu na estrada e desviou ua atenção, um amigo de Romeu, muito mais esperto, passou correndo com a mensagem errada, sem que o pobre rapaz visse, e por isso o casal acabou morrendo no fim.)
Logo, seu Erudito virou conselheiro de Cirano de Bergerac.
Jogava futebol com o Corcunda de Notre Dame e basquete com os Hobbits e ai sim, sempre ganhava.
No dia em que apresentou Dona Benta e Obelix , não sabia que estava mudando completamente o final de muitas histórias.
Admirava Sancho Pança, em compensação achava seu chefe um sujeito meio parado. Dom Quixote você é lúcido demais e tenho dito e pronto! - dizia sempre.
O Menino Maluquinho, quando não estava fazendo outras maluquices, sempre passava por lá para azucrinar um pouquinho.
O Conde Drácula bailava, e Penélope tecia, e o Avarento reclamava do cuso de vida, e a Dama e o Vagabundo latiam e ate uma barata que um dia chameou Gregor Samsa, participava da bagunça."

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Coisas fora de lugar


Numa lufada de inesperado vento gelado, a vida se torna real demais.
Uma criança com doença de adulto.
Adultos chorando feito bebês!
Todos tentando juntos acreditar!
É a vida e a sua cruel capacidade de nos surpreender!
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Sarah, nós sempre estaremos com você!