terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pro café

oi. passa aqui qualquer tardinha dessas. estou sempre em casa, não saio quase nunca. te boto mesa. estreio aquela toalha chique que ganhei no último dia das mães. te faço um café fresquinho, café de coador de pano, igual da mãe, igual da vó. café com bolinho de chuva. capricho no açucar, na canela e no carinho. abro a cortina da janela da cozinha pro sol bater gostoso no ladrilho e refletir estrelas coloridas na porta da geladeira. mudo as violetinhas de lugar que é pra não queimar as folhas novinhas. te conto as novidades sem importância da minha vida tão sem graça. talvez abra a tampa da caixa das antigas fotos. vamos dar risada e é bem capaz que choremos um pouco também.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sentido do sem sentido

mas, veja só, não faz sentido algum.
junto, para perder.
conquisto para ter saudade.
o constante é a inconstância.
o que dura, é o que eu não consigo prender.
o que importa é o que não tenho.
sempre desejo o que está do outro lado do vidro.
o que existe é o que não existe ainda.
o certo é a dúvida.
minhas respostas são perguntas.
o caos é consolador.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Buraco Negro

resumo.
eu sumo.
mergulho.
buraco negro de dentro.
alma amordaçada.
nada urgente a declarar.
viagem pro nada.
cansada.
sem pressa de voltar.
questões práticas me roubam o ar.
amordaçada.
amarrada.
pelada.
nada.
nada urgente a declarar.
calada.
ninguém reclama a presença.
ausência.
ninguém me aguarda no desembarque.
prudência.
alma amordaçada silenciada.
de novo, nada.