domingo, 28 de fevereiro de 2010




um filme que fala, basicamente,


do perigo das conclusões


a partir da obviedade das evidências!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010




- festa?


- não...sopinha caprichada e um vinhosinho tinto!

A FITA MÉTRICA DO AMOR




"Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.



Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.



Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.



Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.



É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.



Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho."




Martha Medeiros

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010








"Sentir é um verbo


que se conjuga para dentro,


ao contrário de fazer,


que é conjugado para fora."





(Marta Medeiros)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"O que tornava Miss Kilman tão penosa de suportar é que falava sempre de seus sofrimentos. E tinha ela razão para isso?" (Virginia Woolf - Mrs. Dalloway)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"A compensação de a gente envelhercer, pensava Peter Walsh, retirando-se de Regent's Park, com o chapéu na mão, era simplesmente esta: que as paixões permanecem tão fortes como antes, mas adquire-se - afinal! - o poder que dá o supremo sabor à existência: o poder de nos poderarmos da experiência e volteá-la, lentamente, em plena luz." (Virginia Woolf - Mrs. Dalloway)

quando a menor nasceu…eu e a do meio tínhamos, respectivamente, 8 e 6 anos.




o pai, muito perspicaz e sensível, como todo pai costuma ser,


levou-as a uma tal de "maternidade" para buscar a mãe que,


depois de ter ficado com uma barriga imensa...


havia desaparecido inesplicávelmente por uns dias...


junto com a mãe, buscariam também um misterioso “pacotinho”.


como não podíamos subir ao quarto…o, mais uma vez perspicaz, pai


deixou as duas crianças (indefezas e altamente criativas)


na portaria aos cuidados de alguém…


afinal toda esta operação não duraria mais que 10 minutos, certo?


...bom, para duas crianças "indefezas...criativas...e, cima de tudo, terrivelmente ameaçadas..."...


...não foram necessários nem 5...


a conclusão nos pareceu um tanto óbvia e cruel...


através de uma manobra terrível e friamente calculada, nosso pai - o estrategista -


teria nos levado até um horrível hospital premeditadamente a fim de nos abandonar...


sua intensão sempre foi sair sorrateiramente pelas portas do fundo


com a mãe e o maldito "pacotinho"...


quando surge essa história na mesa da cozinha da casa da mãe...o pai, aquele estrategista, sempre faz o mesmo comentário: era o que eu deveria ter feito mesmo!



já havia postado antes (08/09/2008)

mas hoje é em homenagem a você "caçulinha" pelos seus 30 anos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010


"Era esquisito,


e inteiramente verdade;


tudo o que não se podia compartilhar...esvaía-se em pó."


(Virgínia Woolf - Mrs. Dalloway)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"O vestíbulo da casa estava fresco como uma cripta. Mrs Dalloway levou a mão aos olhos, e, enquanto a criada fechava a porta e ela lhe ouvia o rugir das saias, sentiu-se como uma monja que volta do mundo e sente que tombam sobre sua fronte os familiares véus e a resposta às velhas devoções. A cozinheira assobiava na cozinha. Ouviu o taque-taque da máquina de escrever. Aquilo era a sua vida, e, inclinando a cabeça para a mesinha do vestíbulo, curvava-se ante a sua influência, sentia-se abençoada e purificada, e, enquanto tomava o anotador de recados telefônicos, dizia consigo que momentos como aqueles eram botões da árvore da vida, eram flores da escuridão, pensava (como se alguma linda rosa acabasse de florescer unicamente para seus olhos); nem um só momento acreditara em Deus; mas uma razão, pensou com o anotador suspenso, para agradecer, na vida diária, às criadas, sim, aos cachorros e canários, e principalmente a Richard, seu marido, no qual tudo repousava - pelos alegres rumores, pelas luzes verdes, pelo assobio da coziheira, pois Mrs Walker era irlandesa e assobiava todo dia - para agradecer-lhe por aquele secreto espírito de deliciosos momentos, pensou, erguendo o anotador, enquanto Lucy, a seu lado, procurava explicar-lhe: (Virgínia Woolf - Mrs. Dalloway)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Eu triste sou calada

Eu brava sou estúpida

Eu lúcida sou chata

Eu gata sou esperta

Eu cega sou vidente

Eu carente sou insana

Eu malandra sou fresca

Eu seca sou vazia

Eu fria sou distante

Eu quente sou oleosa

Eu prosa sou tantas

Eu santa sou gelada

Eu salgada sou crua

Eu pura sou tentada

Eu sentada sou alta

Eu jovem sou donzela

Eu bela sou fútil

Eu útil sou boa

Eu à toa sou tua.



Martha Medeiros

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!



Martha Medeiros

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Martha Medeiros

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010




caminhos (tortuosos)


nunca d'antes navegados!
Strip-Tease



Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.

Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua

"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.



Martha Medeiros

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010





"Não subestime os outros, nem os idolatre demais. Seja educada, mas não certinha. Não minta, nem conte toda a verdade. Dance sozinha quando ninguém estiver olhando. Divirta-se enquanto seu lobo não vem." (Marta Medeiros)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


"se você for




exatamente como imagino


igualzinho aos meus sonhos


eu vou embora


detesto desmancha-prazeres"


(Martha Medeiros in “Poesia Reunida)


li aqui e me inspirou...





eu não me importaria de estar perto de pessoas feitas sob medida para mim.


aliás a partir desse momento começo a buscar amizades e relacionamentos baseados exatamente nesta premissa.





vou buscar a pessoa que respeite meu espaço, mas que sempre esteja por perto em caso de dor de barriga. eu não preciso lembrá-la disso, ela simplesmente deve saber observar o momento.





que goste dos mesmos livros e filmes que eu, e que tenha, a respeito desses, as mesmas opiniões que as minhas. discussões dão tanto trabalho...





que faça uma atividade que possa me interessar, de quem eu possa tirar alguma vantagem. mas deixo claro que a vantagem seria unilaterial, pois eu não suporto gente querendo tirar vantagem de mim.





que sempre escute (e entenda) o que eu falo. que não me interrompa com conclusões antecipadas ou mude de assunto no meio da conversa. que seja o espectador dos meus monólogos. uma testemunha da minha vida bem aventurada.





que se dedique ao meu assunto, sem atender celular, olhar para a tela do notebook ou tv, xingar no trânsito. quero dedicação absoluta aos meus interesses. que no dia seguintes das nossas conversas (ou da minha palestra) de alto nível me mande um e-mail com links relacionados e elogie o alto nível da nossa "conversa".





que me admire pelo que eu sou e até pelo que eu não sou. sendo sempre remédio para minha auto-estima comprometida. que tenha dificuldades em me distingüir da Angelina Jolie, apesar de me achar um pouquinho mais gostosa.





apreciável que saiba fazer o bolinho de chuva da minha mãe, panquecas bem fininhas, risoto de frutos do mar, suquinho de champagne com suco de laranja.




"Muitas vezes eu

Desisti sem mesmo tentar

pensei em fugir, para não enfrentar

sorri para não chorar.



Eu sinto pelas

Coisas que não mudei

amizades que não cultivei

aqueles que eu julguei

coisas que eu falei



Tenho saudade

De pessoas que fui conhecendo

lembranças que fui esquecendo

amigos que acabei perdendo

Mas continuo vivendo e aprendendo."



(Marta Medeiros)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"Não passam as dores, também não passam as alegrias. Tudo o que nos fez feliz ou infeliz serve para montar o quebra cabeça da nossa vida, um quebra-cabeça de cem mil peças. Aquela noite que você não conseguiu parar de chorar, aquele dia que você ficou caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que você recebeu, aquela visita surpresa que ela lhe fez, o parto do seu filho, a bronca do seu pai, a demissão injusta, o acidente que lhe deixou cicatrizes, tudo isso vai, aos pouquinhos, formando quem você é. Não há nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Como são muitas, você pode esquecer de alguns, e a isso chamamos de "passou". Não passou. Está lá dentro, meio perdida, mas quando você menos esperar, ela será necessária para você completar o jogo e se enxergar por inteiro. (Marta Medeiros)


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010


"Desaprender para aprender.


Deletar para escrever em cima.


Houve um tempo em que eu pensave que, para isso,


seria preciso nascer de novo,


mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida.


Basta desaprender o receio de mudar".


(Marta Medeiros)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

"Aos sete anos, projetava que minha vida estaria resolvida aos 37. Administraria somente a felicidade. Dei o prazo de três décadas para não me preocupar. Talvez o paraíso naquela época fosse cabular temas, não ir à escola, muito menos ser submetido às provas. Não mirabolava encargos, superações e dificuldades. Até porque a vida adulta é distante, uma velhice para criança.

Recordo a atmosfera do que imaginava. A sensação de alívio do futuro. A felicidade seria estável e permanente. Era uma fórmula que deveria encontrar e adotá-la no restante dos dias. Algo como a receita de galinha recheada da avó. Uma vez feito o prato, ele se repetiria eternamente.

Não enxergava o estado provisório e fugaz do sentimento, um clarão que nos ajuda a suportar depois o escuro. Hoje entendo que a felicidade é rara, relampeia, olhamos onde estão nossas coisas e seguimos tateando com mais facilidade.

Não sou sinônimo de sucesso. Moro provisoriamente na residência materna, tenho duas separações, sequer possuo algum imóvel. Deixei duas vidas, duas casas, tudo o que construí e acumulei ficou para trás. Caso não tivesse me divorciado, estaria confortável e poderia investir na bolsa de valores. Guardo a biblioteca em centenas de caixas na garagem, não há como consultar os livros. Os rendimentos são subjetivos, provados pelos extratos bancários.

Mas não pretendo ser diferente, não entrarei no apartamento de amigos ricos e fingirei igualdade. Não peço emprestados outros mundos para aliviar o meu. Estou contaminado das manias para mudar.

Apesar da fragilidade, não me coloco como um coitado, uma vítima de decisões erradas. A cada mês, sou obrigado a inventar um salário. É assustador e delicioso. Eu perco meu emprego todos os dias. Enviúvo compromissos e caso com expectativas. A rotina não é interrompida por finais de semana. Domingo e terça-feira são iguais. Não me formei em medicina para justificar plantões, ocupo a família com minhas desocupações.

Espumo águas paradas. Qualquer desastre não é trágico. Qualquer desmemória não é o fim. Sou rápido o suficiente para me digitar de novo. Desde o início. Não desmereço as frases porque já foram escritas.

Os filhos não se acostumaram com a atmosfera instável, acham que sofro à toa e que me alegro ainda mais à toa. A namorada tenta esclarecer as extravagâncias. Na casa dela, não consigo relaxar, banco a faxineira. Passo aspirador, lustro mesas, lavo a louça e dobro as roupas para brincar que é minha casa. Ela enlouquece, mas sua ternura atrapalha a raiva. Sinto saudade de varrer a rua. Saudade não é arrependimento.

Há gente que se gaba em dizer que cumpriu o sonho dos sete anos. Seguiram à risca a ambição de pequenos.

Eu fico com dó da coerência. Desse jogador de futebol que não admitiu a confusão vocacional. Dessa bailarina que não desobedeceu ao contexto. Desse cantor que não reparou na encruzilhada.

Nossa cultura valoriza demais o planejamento. Como se a linha reta fosse uma virtude.

Eu não fui o que minha infância traçou. Aquilo era fantasia. O que sei fazer é recomeçar e frustrar condicionamentos.

Para um escritor, seria uma enorme falta de criatividade ser o que imaginei quando criança. "



...um sentimento universal por Fabrício Carpinejar




impossível descrever o efeito desse texto em mim!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010






"O que eu queria dizer com isto tive que deixar para ver depois - outro sinal de se estar em caminho certo é o de não ficar aflita por não entender;


 a atitude deve ser: não se perde por esperar, não se perde por não entender.





Então comecei uma listinha de sentimentos dos quais não sei o nome.





Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto - como se chama o que sinto?





A saudade que se tem de pessoa de quem a gente não gosta mais,


 essa mágoa e esse rancor - como se chama?





Estar ocupada - e de repente parar por ter sido tomada por uma súbita


desocupação desanuviadora e beata,


 como se uma luz de milagre tivesse entrado na sala:


como se chama o que se sentiu?"





Clarice...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010








"O problema de escrever memórias é que quando somos jovens não temos muito para lembrar,


e depois que envelhjecemos não lembramos de quase nada."




Garcia Marques

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010




em tempos de "Avatar"...


surpreendente o filme que trata de...


GENTE!





enfim,


existe a tão almejada


felicidade completa??

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010







"Pois a Ratinha era linda. Uma beleza rara, mas tão frágil e bonita que toda vez que eu olhava para ela era como se fosse a primeira vez. Ela surgia inesperadamente e provocava aquela espécie de choque que sentimos quando tomamos chá numa xícara comum e de repente, no fundo, vemos uma minúscula criatura, metade borboleta, metade mulher, fazendo uma reverência com as mãos enfiadas nas mangas de seu traje."






Je ne parle pas français - K. Mansfield