sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Igor

"Foi só você me olhar...apenas uma vez...que eu pude perceber,
que é fácil ser feliz!"
Acordei.
Por que cheguei lá? Não sei bem. Por que este desejo desde sempre? Não sei.
O que seus olhos disseram aos meus? Eu sinto, mas não decifro.
É verdade que existem sensações indescritíveis.
Sentimentos que se tornam levianos ao serem colocados em palavras.
Foi assim...simples assim...você estava lá, nos olhamos nos olhou e de repente parece que sempre fizemos parte da vida um do outro.
Agora, esse amor que já algum tempo estava dormindo dentro de mim desperta...desesperado. Você larga a bola (sua paixão) e pula no meu pescoço, perguntando (quase pedindo) se é hoje que te levo para casa...eu, já com os olhos embaçados, fico muda.
Você se alegra com tão pouco. Sua alegria vem de dentro e contagia.
Talvez você ontém tenha sido a travessa que eu estava esperando para me tirar da rua escura e triste que me encontrava, ou me perdia.
Você foi a minha praça arborizada.
Seus cachos, seus olhos negros brilhantes, os dentinhos pequenos sempre aparentes num sorriso constante. Sua expressão...apaixonante.
Seu abraço, seu carinho no meu cabelo, sua cabeça deitada no meu ombro...
acomodado, como se fosse lá que quisesse estar.
É assim que eu desejo que você fique para sempre.
Estar com você ontém me salvou.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Dormindo.

Tristeza em preto e branco. Algo como nunca antes eu havia sentido. Não adianta buscar o sentido, isso só me deixa mais triste. Encolhida num canto da cama, durmo, como aliás nunca consigo dormir. Um sono profundo, fuga. Nasce o dia e as árvores da janela da sala não parecem tão bonitas. Tudo está cinza e a noite, negro. Não é saudade, não é medo, não é nenhum desejo não realizado...apenas tristeza. Será que é isso que chamam de "depressão"? Os sons me irritam. Procuro as músicas mais tristes. Tenho os pensamentos mais pessimistas. As olheiras ficam mais pretas, o olhar mais caído. Sem rímel nem batom. Ando devagar, penso devagar, falo devagar...reclamo rápido e de tudo. Parece que estou numa rua de mão única, sem travessas, não chega nunca ao fim, não encontro uma encruzilhada...sou obrigada a seguir em frente e não consigo mudar de direção. Não quero estar com pessoas. Não quero atender o telefone. Não quero falar, nem ouvir. Outras pessoas me incomodam, porque sei que este meu astral incomoda outras pessoas. Tenho a sensação que algo aperta meu estômago. Estou sempre com um nó na garganta. Falar no assunto de "maio" me deixa ainda pior, mas já começo a questionar se realmente teve poder para tanto. Cansada demais tento buscar eu mesma. Enquanto isso...durmo!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Tempo e vida

Para o blog falta assunto. Para a vida falta tempo. Falta tempo para a amiga, para admirar o sol nascendo na varanda, para o vinho tinto, para meu filme favorito, para os cachos de Mariah, para o lápis de cor, para os sonhos. Falta tempo para o tônico facial e o hidratante para os pés. Sobra vida, falta tempo. Olho em volta e me angustio, ainda há tanto o que fazer...tanto para ver. Pirâmides, Francisco Brenant, Coliseu, Forte de Itamaracá, Petrópolis, Maria Luiza e Oscar Americano, Praça Castro Alves, Lagos Andinos. Destinos distantes no mapa, outros distantes da rotina frenética do ir e vir diário. Li poucos livros...tantas páginas ainda existem por serem lidas...só sei do que não sei. Assino os papéis que aparecem, não os leio. Vou deixando pessoas esquecidas pela vida. Sigo as placas...sem bem certo saber onde estou, nem para onde vou, apenas querendo chegar, o mais rápido possível. No meio do dia, páro, quieta e a sensação da qual tanto fujo me alcança. Têm sido dias de silêncio, de encontros e desencontros.